Publicada em: 06/01/2006 - 505 visualizações

Comunidade negra é homenageada com Medalha Nelson Silva

Comunidade negra é homenageada com Medalha Nelson Silva (06/01/2006 00:00:00)
  • Comunidade negra é homenageada com Medalha Nelson Silva        Com a finalidade de distinguir o mérito cívico das pessoas físicas e jurídicas que se notabilizaram na produção, difusão e engrandecimento das manifestações artístico-culturais e sociais da...
 

Comunidade negra é homenageada com Medalha Nelson Silva

       Com a finalidade de distinguir o mérito cívico das pessoas físicas e jurídicas que se notabilizaram na produção, difusão e engrandecimento das manifestações artístico-culturais e sociais da raça negra, no âmbito municipal, estadual e nacional, o Legislativo de Juiz de Fora homenageia hoje vinte personalidades envolvidas no Movimento Negro.
       Os escolhidos foram apontados pelo Conselho de Mérito da Medalha Nelson Silva, instituída pela Câmara Municipal através da Resolução nº 1120, de 1999. O Conselho é composto por: um membro da Diretoria do Batuque Afro-Brasileiro de Nelson Silva, um da Secretaria Municipal de Educação, um da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage, um membro da Universidade Federal de Juiz de Fora, um membro da Câmara Municipal de Juiz de Fora, um membro do Conselho Municipal para Valorização da População Negra, e um membro do Instituto Histórico e Geográfico de Juiz de Fora.
       A Medalha leva o nome de Nelson Silva, importante defensor da cultura e da etnia negra e fundador Batuque Afro-Brasileiro, que hoje tem seu nome, em 1964. Fiel às suas origens e seus ideais, a entidade, luta até hoje, pela divulgação e defesa da cultura negra.
       Serão homenageados hoje:
       • Associação dos Portadores de Anemia Falciforme e Traço Falcêmico: doença grave, pouco conhecida, hereditária, degenerativa e não contagiosa, que atinge a população afrodescendente. A Associação divulga seus sintomas para facilitar o diagnóstico claro do problema.
       • Benedita Rosângela Alves Fernandes: Dedica parte de sua vida à Pastoral da Criança e defesa das famílias em situação de risco que vivem na região onde mora. Seu objetivo é valorizar a dar identidade e cidadania à essas comunidades.
       • Centro de Referência da Cultura Negra - CERNE: Foi constituído em seis de fevereiro de 1999. É uma organização sem fins lucrativos, com o objetivo de promover a assistência social, educação, cultura defesa e conservação do patrimônio histórico e cultural da etnia negra.
       • Conselho Municipal para a Valorização da População Negra: É um órgão deliberativo, consultivo e controlador das políticas de promoção da igualdade racial em todos os níveis da administração pública.
       • Gabriel dos Santos Rocha: Deputado Estadual pelo PT e ex-vereador, por dois mandatos. É criador de diversas leis de proteção ao direito dos negros e combate ao racismo.
       • Dirce Miranda: É diretora da Sociedade Cultural Lima Barreto, onde milita há 20 anos. Sempre trabalhou pela melhoria das condições de vida e incentivo ao desempenho da cultura negra na cidade e região.
       • Escola Municipal José Calil Ahouagi: A escola desenvolve um projeto pedagógico de inclusão social, discutindo com os alunos a diversidade e subjetividade humanas. Assim, insere no cotidiano dos alunos a promoção da igualdade racial e desenvolvimento da cidadania.
       • Geralda Maria de Souza - Yalorixá Dofona de Oyá: Desde que montou seu barracão de doutrina Candomblé, trabalha auxiliando crianças em situação de risco, abrindo as portas para o ensino religioso, ensaios de capoeira e festas de santos.
       • Inácio Delgado: Sempre foi um ser político e atuante no combate ao racismo e à desigualdade social. Foi um dos grandes defensores do sistema de cotas para negros nas universidades federais.
       • Jaques Figueiredo de Araújo - Táta Axexeré: Fervoroso defensor da cultura negra, Pai Jaques, como é conhecido, já foi presidente do Fé Afro, movimento do qual nasceu o Axé Criança e outros. É ligado a grupos comunitários e de promoção da cultura negra e Banto.
       • Leci Brandão: Sua figura artística ficou tão associada às brigas sociais pela defesa das minorias, que passaram a chamá-la de Leci Comunidade. Ela faz questão de colocar temas deste tipo em suas músicas como forma direta de mostrar as desigualdades em todos os níveis.
       • Luís Sérgio da Silveira (Lula): Formado em Filosofia e Livreiro é pesquisador da história e cultura da população negra. Está desenvolvendo um projeto inédito no Brasil: a criação da primeira Biblioteca de Assuntos Afro-Brasileiros e já reuniu 4 mil livros, revistas, quadros, esculturas, Dvds e Cds sobre o tema.
       • Maguy Esther Malmin: É a mulher negra mais graduada da capoeira em Juiz de Fora. Sempre gostou as atividades físicas e foi a primeira a compor música a Mulher Guerreira para as rodas de capoeira.
       • Ministra Matilde Ribeiro: É chefe da Secretaria Especial para Políticas de Promoção Social do Negro. Sempre trabalhou na idealização de uma nação que reconheça que 50% da população negra luta pela igualdade social no país.
       • Paulo Azarias: É fundador da Comissão Nacional de Combate ao Racismo da CUT, integrando sua executiva durante quatro mandatos. Também é um dos coordenadores do projeto Juiz de Fora nos Trilhos da Paz.
       • Paulo César Magella: Editor geral do jornal Tribuna de Minas, apresentador da Ronda Policial, na Rádio Solar, e do programa Cenário, na TV Visão.
       • Senador Paulo Renato Paim: Autor da Lei 9.459/97, que trata dos crimes de racismo, modificando a legislação penal e incluindo a discriminação e preconceito como injúria. Em seu quarto mandato, Paulo Paim foi eleito para assumir a primeira vice-presidência do Senado na República.
       • Posse de Cultura Hip Hop Zumbi dos Palmares: A Posse Zumbi dos Palmares surgiu no ano 2000, na Rádio Comunitária Mega FM. O seu maior objetivo é divulgar a cultura hip hop, organizar a juventude da periferia, estudar a história do negro no Brasil e elevar a sua auto-estima.
       • Ubiratam Castro de Araújo: Historiador, pesquisador e diretor do Centro de Estudos Afro-Orientais na Bahia. Atualmente ocupa a cadeira 33 da Academia de Letras da Bahia, onde procura dar uma chance para que a cultura produzida pelo povo negro participe igualmente como fundadora de uma cultura nacional, negra, popular e brasileira.
       • Universidade Federal de Juiz de Fora: Com o sistema de cotas, que beneficia negros e estudantes das escolas públicas, a UFJF tem garantido os valores democráticos, de igualdade e desenvolvimento social. A escolha da instituição para receber a medalha Nelson Silva se dá por sua política de aproximação com a comunidade.
       

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