Publicada em: 30/05/2025 - 93 visualizações

É na Câmara que tudo acontece…

É na Câmara que tudo acontece… (30/05/2025 00:00:00)
  • Decisões importantes para a cidade passam pelo Legislativo Municipal
 

Até a década de 1960, tomar banho e pescar no Rio Paraibuna eram práticas comuns na rotina dos juiz-foranos. Naquele tempo, o Rio Paraibuna era um dos principais points de atividades, como natação e pesca. Às suas margens, havia até um clube de natação. O aposentado Isidoro Rodrigues, de 78 anos, passou a infância em Juiz de Fora. As pescas no Paraibuna estão na memória. “Passava ali uma água limpa, uma água muito boa. Então, juntava aquela turma de rapazes para nadar e pescar. Pesquei muito, tinha bons peixes, acará dourada, bagre, traíra. Então, eu descia muito do meu bairro, que era o São Benedito, para pescar principalmente à noite. Era uma beleza o Paraibuna, embora, naquela época não tinha cuidados”, conta.

Nadar e pescar no Rio Paraibuna acabou virando caso de polícia e de política. Os pescadores e atletas incomodaram tanto que o então vereador Lincoln Brandi encaminhou à Delegacia de Polícia uma indicação pedindo que fossem impedidas as práticas no rio que corta Juiz de Fora. A argumentação do parlamentar centrava-se no fato de ele estar preocupado com o futuro do rio e de sua biodiversidade. Toda esta discussão aconteceu em abril de 1961 no Plenário da Câmara Municipal de Juiz de Fora. Não há registro se o delegado acatou o pedido. 

 

Cenário que transforma

É na Câmara Municipal que tudo acontece. Através de projetos de lei, requerimentos, Audiências Públicas, vozes de diferentes regiões e comunidades se encontram na Casa do Povo para materializar ideias e decisões que impactam todo o cotidiano de mais de 540 mil juiz-foranos. Isso desde 1853, quando a Casa Legislativa foi implantada no município. Até 1930, a cidade era administrada pelo presidente da Mesa Diretora. 

Neste dia 31 de maio, data em que Juiz de Fora celebra 175 anos, fazemos um mergulho nessa relação da Câmara com a cidade. O Legislativo Municipal é protagonista no desenvolvimento político, social e econômico que interfere no cotidiano de cada um dos moradores. “O Poder Legislativo municipal é onde são tomadas as decisões mais próximas do nosso dia-a-dia. A Câmara é fundamental para a organização do município”, afirma o doutor em história Rafael Bertante. 

Segundo o turismólogo e historiador Inácio Botto, a Câmara foi a responsável pela regulamentação e criação dos bairros e nome de ruas, organizando a estrutura da cidade. Essas decisões saem diretamente do Plenário, através de discussões de  projetos de leis, que são e foram aprovadas ao longo do tempo. “Todas as regras que orientam o dia do juiz-forano passam pela Câmara, por isso ela é de extrema importância para a vida do cidadão e da estrutura da cidade”, defende Inácio. 

Tudo começou já na primeira sessão da Câmara em 1853, antes mesmo de Juiz de Fora receber esse nome. Naquele momento a cidade era elevada à categoria de vila, ficando conhecida como “Vila de Santo Antonio do Parahybuna”. Segundo Rafael Bertante, “essa data marca o início formal do Poder Legislativo da cidade e neste momento houve a posse de sete vereadores que foram eleitos na época”, destaca.

A partir daí, Juiz de Fora teria seus próprios representantes para discutir os rumos de seu desenvolvimento, se desvinculando da tutela administrativa de Barbacena. “Sendo assim, o primeiro passo para nossa autonomia e nossa identidade como cidade”, finaliza Rafael.

 

A chegada da UFJF

A identidade educacional de Juiz de Fora passou também pelo Plenário. Até 1960, a cidade ainda não tinha uma universidade federal. Durante a reunião do dia 24 de novembro, o projeto de criação da UFJF acabara de ser aprovado na Câmara dos Deputados na recém-inaugurada Brasília. O assunto repercutiu aqui na Câmara Municipal de Juiz de Fora.

Naquele dia, os vereadores Ignácio Halfeld e Cleveland Braga celebraram a chegada desse marco na educação da cidade, através de uma moção de congratulação em apoio à criação da UFJF. Naquele momento, o projeto ainda aguardava aprovação no Senado, em negociações lideradas pelo deputado federal José Bonifácio. 

Em 23 de dezembro daquele ano, a sede da Faculdade de Engenharia integra, oficialmente, a recém-criada Universidade Federal de Juiz de Fora, marcando o início de uma nova fase para a educação e a pesquisa na cidade.

 

Abertura da Garganta do Dilermando

Hoje, passamos pela Avenida Rio Branco, de ponta a ponta, seguindo para os Bairros Grama, Bandeirantes – e também para os municípios de Coronel Pacheco entre outros da Zona da Mata –, sem desvios. Até a década de 60, era necessário cortar caminho, porque uma obra que começou na década de 40 estava parada. A abertura da pedreira que separava a via dos bairros não tinha sido concluída. Em outubro de 1960, os vereadores aprovaram o custo da obra de Cr$40 milhões. O prefeito era Olavo Costa. Mas só na primeira gestão do prefeito Itamar Franco, a Garganta do Dilermando, no Bairro Manoel Honório, foi concluída.

 

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(Foto cedida pelo site Maria do Resguardo)

 

 

 


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