A desativação do antigo Hospital Aragão Vilar se transformou em sério problema social e de segurança para a comunidade do Bairro São Bernardo. Os moradores reclamam de assaltos e roubos nas proximidades. Durante Audiência Pública, realizada nesta quarta-feira (23) a pedido do vereador Jucelio Maria (PSB), várias pessoas usaram da palavra para cobrar providências às autoridades.
O legislador reconheceu que a sensação de insegurança e impunidade está em toda cidade, mas o foco no bairro aconteceu em função de ter sido acionado pela Associação dos Moradores. A questão foi considerada complexa por envolver saúde, aspectos sociais e culturais. Depois de ouvir os vários pronunciamentos, o vereador Antônio Aguiar (PMDB) citou a ocupação do imóvel pela comunidade como a melhor alternativa. Por se tratar de um bem privado, cabe à Prefeitura negociações para uso como unidade de saúde, para atividades artísticas e culturais ou mesmo geração de empregos. Jucelio Maria também aposta em medidas preventivas, mas deixa claro que qualquer destino escolhido para o prédio passa por discussões com a comunidade.
A vereadora Ana do Padre Frederico (PMDB), que já residiu na localidade, considera a situação calamitosa e cobrou medidas judiciais por parte da Prefeitura. Chegou ao seu conhecimento que materiais hospitalares abandonados nas dependências foram vendidos por dependentes químicos e antigos funcionários foram dispensados sem indenização.
A moradora Neuza Pereira chegou a ter contato com proprietários do Hospital, mas preferiram não se manifestar alegando dívidas elevadas com a Prefeitura. Ela adiantou que se o problema não for resolvido, a comunidade está disposta a revidar com interrupção de pagamento de impostos.
Outra moradora, Maria Penha Rossignoli, tem certeza que se estivessem vivos seu marido, o ex-vereador Amadeu Rossignoli, e o filho Eron providências já teriam sido tomadas. O imóvel, segundo ela, foi totalmente depredado. Por isso espera contar com o Poder Público.
João Batista Medeiros, da Associação Juiz-forana de Hip Hop, relatou assaltos e Márcio Dias, da mesma entidade, alertou que ao lado do Centro Cultural há uma cracolândia. A manutenção de seguranças no prédio ou a demolição foram citadas por ele como alternativas.
Na época em que o assunto chegou à Secretaria de Atividades Urbanas, os proprietários foram intimados a manter as dependências e restabelecer a segurança no entorno. Em função de as exigências não terem sido atendidas, eles foram multados. Os autos de infração foram encaminhados para a Procuradoria do Município, conforme informação do secretário Sérgio Rocha. Diante dos novos relatos, ele acionará o secretário de Governo, José Sóter de Figueirôa, para interposição de medidas judiciais cabíveis.
Eunice de Castro, da Secretaria de Segurança Pública, informou que a sede administrativa da Guarda Municipal encontra-se no São Bernardo e que durante atividades operacionais é feito patrulhamento preventivo, com atendimento da Escola Municipal Amélia Mascarenhas. Ela defendeu integração de órgãos de segurança e municipais, como as Secretarias de Atividades Urbanas e Desenvolvimento Social, em busca de resultados mais abrangentes.
Rogério Rodrigues, subsecretário de Desenvolvimento Social, concorda que o assunto tem que ser tratado em conjunto pelos vários setores e ressaltou a necessidade de diagnóstico dos ocupantes do antigo hospital. Ele não acredita que a demolição seja a melhor alternativa, lembrando que uma vez derrubadas as paredes os ocupantes vão circular pela região, migrando para outros pontos.
As ponderações feitas serão levadas pelo Capitão Reginaldo Teixeira à Companhia que faz cobertura da região. O militar ainda assegurou a continuidade de ações preventivas.
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