Publicada em: 28/05/2025 - 59 visualizações
“O incômodo não está só em quem veste branco, toca atabaques, toca a macumba, ou sai paramentado na rua. Nós não somos candomblecistas e umbandistas só dentro dos barracões. Nós somos candomblecistas e umbandistas na vida porque é isso que a nossa religião ensina. Nossa religião nos ensina a ter respeito, a cuidar do outro, a estar presente, a respeitar, principalmente. E perguntamos ao município de Juiz de Fora: em que sentido essas leis estão de fato sendo aplicadas?” Esse foi o depoimento de Gabriele Generoso durante o uso da Tribuna Livre Natanael Eloi do Amaral, no Plenário da Câmara Municipal. Ela e Andréia Aparecida Sobreira (Mam'eto Andréia de Lembá) estiveram, na terça-feira, dia 27, na Casa Legislativa para falar sobre o papel do Poder Legislativo no combate à intolerância religiosa contra religiões de matriz africana em Juiz de Fora.
Durante o discurso, Andréia apresentou relatos de dificuldades que enfrenta ao longo da vida. Relatou casos de violência vivenciados devido à sua religião. Já adulta, passou por xingamentos e violência de diversas espécies. Ela pediu ajuda do Poder Legislativo para que haja mais amparo às casas religiosas com estatuto legal que proteja os espaços e os frequentadores. “Tive que recorrer ao movimento afro de São Paulo para ter um pouco de liberdade e paz. Peço que olhem por nós e aos irmãos presentes para unirmos e não deixar que o mal nos vença e tenhamos o direito de praticar nossa umbanda e candomblé”.
Em Kimbundu, língua de origem africana e falada nos terreiros, Gabriele abriu o discurso com a história da sua ancestralidade e a importância da religião. Ela narrou histórias de violência e intolerância ocorridas há mais de 50 anos que são reproduzidas ainda hoje. Ela solicitou dos parlamentares direitos que considera básicos para todos os cidadãos, como: estacionar carros em frente aos terreiros sem sofrer danos, tocar os atabaques, usar as vestimentas sem ser atacada, por exemplo. Gabriele questionou também em que sentido as leis existentes estão sendo aplicadas e quando terão segurança de procurar o Poder Público e ter uma ação efetiva contra a violência.
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