Publicada em: 15/04/2019 - 190 visualizações

Câmara cede espaço para Assembleia Legislativa discutir possível saída da Mercedes

Câmara cede espaço para Assembleia Legislativa discutir possível saída da Mercedes (15/04/2019 00:00:00)
  • A transferência de parte das atividades da montadora Mercedes-Benz de Juiz de Fora para São Paulo e Espírito Santo foi debatida em audiência pública na Câmara Municipal da cidade, nesta segunda-feira, 15, a pedido da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Assembleia...
 

A transferência de parte das atividades da montadora Mercedes-Benz de Juiz de Fora para São Paulo e Espírito Santo foi debatida em audiência pública na Câmara Municipal da cidade, nesta segunda-feira, 15, a pedido da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A solicitação partiu dos deputados Celinho Sintrocel (PCdoC), que preside a comissão mas não pode comparecer, Betão (PT) e Coronel Henrique (PSL).

Participaram das discussões, entre outras autoridades, o prefeito de Juiz de Fora, Antônio Almas, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Rômulo Veiga, o diretor de Relações Institucionais da Mercedes, Luiz Carlos Gomes, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora e região, João César da Silva, o subsecretário de Estado de Assuntos Parlamentares, Ricardo Miranda, o diretor do Instituto de Desenvolvimento Integrado, Ronaldo Marquete, o presidente da Fiemg, Aurélio Marangon, o ex-deputado Isauro Calais e os vereadores Pardal (PTC), Juraci Scheffer (PT), André Mariano (PSC), Vagner de Oliveira (PSC), Dr. Antônio Aguiar (MDB), Rodrigo Mattos (PHS), Zé Márcio Garotinho (PV), Kennedy Ribeiro (MDB), Sargento Mello Casal (PTB), Cido Reis (PSB), Júlio Obama Jr. (PHS), Nilton Militão (PTC) e Wagner do Sindicato (PTB).

De acordo com o deputado Betão, que presidiu a audiência, 2018 foi um ano de crescimento para a Mercedes e as previsões para 2019  também são positivas. “A previsão é de crescimento de 18%. Não é momento para falar em demissões, mas no aporte de mais recursos para Juiz de Fora", afirmou. O deputado Coronel Henrique, que reside em Barbacena, disse que tem vínculos familiares em Juiz de Fora e acompanha a história da Mercedes desde a sua construção. “Dia 23 de abril a empresa comemora 20 anos na cidade. O momento era para ser de comemoração e não para discutir possíveis demissões”, falou.

A Mercedes já anunciou interesse em levar o desembaraço das Sprinters para o Espírito Santo ainda neste semestre. Atualmente, os veículos são produzidos na Argentina e chegam à fábrica de Juiz de Fora onde são adequados à legislação brasileira antes da entrega para as concessionárias. Uma das causas da transferência pode ser a emissão demorada da nota fiscal. Enquanto em Minas a nota fiscal demora entre 15 e 18 dias para ser liberada, no Espírito Santo apenas dois. Além disso, outro ponto em debate é a transferência da produção do caminhão Actros da Mercedes-Benz para São Bernardo do Campo (SP) prevista segundo o Sindicato dos Metalúrgicos para 2020.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos disse que a discussão de demissão na Mercedes é recorrente. “Se saírem do papel, término da nacionalização da Sprinter na cidade e a transferência da produção do caminhão Actros para o estado de São Paulo, a redução de empregos diretos deve atingir 700 trabalhadores. E cerca de 1000 com os indiretos. Os trabalhadores precisam de segurança. Queremos firmar um acordo que garanta pelo menos por 24 meses a manutenção dos empregos, até que uma solução possa ser encontrada”, sugeriu.

O secretário de Desenvolvimento Social Rômulo Veiga reconheceu uma deficiência logística de Minas Gerais. “Somos quatro vezes mais lentos que outros Estados, mas verificamos essa falha e, a partir de janeiro desenhamos um novo ponto logístico para equiparar o tempo de transição das operações. Agora queremos apresentar essa nova proposta de modelo para a Mercedes”, afirmou. Ele também disse pretende fazer parte das articulações para manutenção da linha de montagem do caminhão Actros na cidade.

Isauro Calais que tem participado das discussões, afirmou a importância da Mercedes para a região e que não é possível perder tantos postos de trabalho. “É preciso dar desconto progressivo de ICMS em quem investe na região. Zema deve dar o exemplo”, cobrou.

Para Ricardo Miranda o governo Zema não tem medido esforços para manter os empregos na cidade e que o diálogo com a empresa já está sendo feito. Ele afirmou também que o Governo está realizando uma interlocução com outros governadores dos estados do Sul e Sudeste para buscar uma unificação tarifária que caso saia do papel, vai simplificar os tributos e acabar com guerra fiscal. Ronaldo Marquete reforçou que várias reuniões já foram realizadas com a empresa para discutir esta redução tributária.

 

Trabalhadores e Mercedes

Os trabalhadores da Mercedes lotaram o plenário cobraram mais ação das autoridades para resolver a situação e não permitir as demissões no setor. Os vereadores foram unânimes ao reforçar a importância de rever protocolos. Eles destacaram que a empresa recebe muitos benefícios e isenções para se instalar na cidade, mexendo com a economia e quando resolvem  demitem e reduzem a produção.

O diretor de Relações Institucionais da Mercedes não esclareceu se as demissões irão acontecer. Disse, que a crise econômica  no país obriga a empresa a se reorganizar, mas mesmo assim a Mercedes segue apostando em Juiz de Fora e segue aberta ao diálogo na busca por soluções, pois, valoriza os funcionários. “É preciso serenidade neste momento,  é um debate construtivo. Estado e prefeitura estão em diálogo conosco para buscar um melhor caminho e iremos continuar a conversa”, afirmou.

Para o Cel Henrique a discussão foi produtiva. “Estaremos atentos. Precisamos dar uma resposta aos trabalhadores”, falou.

Segundo Betão o trabalho vai continuar. “Juiz de Fora colocou muito dinheiro e não dá para a Mercedes falar que irá embora e prejudicar a cidade. Temos que rever a situação da guerra fiscal nesse país, ela tem que acabar. Guerra fiscal interessa às empresas e não aos trabalhadores”, finalizou.

 

Propostas

Da audiência foram retiradas algumas propostas de requerimentos que serão votadas na próxima reunião da Comissão em Belo Horizonte. Entre eles pedido de providências para a direção da Mercedes não demitir os trabalhadores no prazo de 24 meses. Também pedem a solicitação de visita da Comissão, Sindicato e Vereadores à planta da empresa para conhecimento. Ao secretário da Fazenda de Minas Gerais será feito pedido de informação sobre a situação do Porto Seco em Juiz de Fora. E à prefeitura sobre os benefícios e acordos firmados desde 1996 com a empresa por meio de planilhas, as vantagens concedidas e formas de contratação.

 

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