Os integrantes da Comissão de Abastecimento, Indústria, Comércio, Agropecuária e Defesa do Consumidor Vagner de Oliveira (PSC) e Marlon Siqueira (MDB) , além dos vereadores Juraci Scheffer (PT), Júlio Obama Jr. (PHS), Ana do Padre Frederico (MDB) e Wagner do Sindicato (PTB) se reuniram nesta quinta-feira, 14, na sede do Executivo, com o prefeito Antônio Almas e com o Secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, Rômulo Rodrigues Veiga. Também participaram do encontro, representantes dos carreteiros, do Sindicato dos Metalúrgicos e empresários responsáveis pelas áreas terceirizadas da Mercedes-Benz. Eles pediram o apoio da Prefeitura para permanência da empresa na cidade e a consequente manutenção em Juiz de Fora do centro logístico dos importados que atende a Mercedes.
“Estamos aqui em nome de todos os vereadores. Queremos mobilizar o Executivo e, também os deputados estaduais e federais para juntos somarmos força para mobilizar o governo de Minas. Uma das metas é a diminuição do prazo de emissão dos documentos necessários para liberar os veículos nacionalizados. Enquanto em Juiz de Fora a nota fiscal demora 20 dias para ser liberada, no Espírito Santo apenas dois”, explicou o presidente da Comissão, Vagner de Oliveira. Na reunião também foi discutida a transferência da produção do caminhão Actros da Mercedes-Benz para São Bernardo do Campo (SP) prevista segundo o Sindicato dos Metalúrgicos para 2020. “O que queremos é que a fábrica da Mercedes possa estar produzindo cada vez mais aqui em Juiz de Fora”, disse o vereador.
A Mercedes já anunciou interesse em levar o desembaraço das Sprinters para o Espírito Santo. E a emissão demorada da nota fiscal pode ser um dos motivos para a transferência. Atualmente, os veículos são produzidos na Argentina e chegam à fábrica de Juiz de Fora onde são adequados à legislação brasileira antes da entrega para as concessionárias. Segundo o presidente do Sindicato de Carreteiros de São Bernardo do Campo, Luiz Eugênio Baldin, há 22 anos a logística da Sprinter é feita em Juiz de Fora, mas segundo ele isso já tem data para acabar. “Nós já recebemos o anúncio oficial da empresa que a partir de maio a Sprinter passa a ser nacionalizada no Espírito Santo”, afirmou.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, no entanto, disse que ainda não recebeu este comunicado oficial. “É um rumor de pessoas que estão na cadeia produtiva, isso preocupa, mas eu não posso tratar isso como uma informação oficial ainda”.
Se confirmada, a medida deve gerar uma redução de 250 empregos entre os terceirizados. Traz também insegurança aos 1.130 funcionários que trabalham na planta local, que também temem o corte. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora e região João César da Silva disse que a categoria está atenta aos números. “Se somarmos o término da nacionalização da Sprinter na cidade e a transferência da produção do caminhão Actros para o estado de São Paulo, além da perda de arrecadação, a redução de empregos diretos deve atingir 700 trabalhadores. E cerca de 1000, se contarmos junto os empregos indiretos. Agora você imagina o tamanho desse impacto na região”, alertou.
Rômulo Veiga, informou que a Prefeitura de Juiz de Fora tem total interesse na manutenção das atividades da Mercedes-Benz. “A empresa não opera só com com uma modalidade que é a fabricação do caminhão, tem outros serviços também, como a nacionalização da Sprinter e pintura e soldagem de cabine. Essa conversa hoje foi muito produtiva porque conseguimos consolidar informações que possibilitam a elaboração de um plano de ação para atuar mais assertivamente. Agora vamos montar uma pauta de trabalho com o governo de Minas em conjunto com vereadores e deputados estaduais e federais, entendendo que os governos estadual e federal têm um maior poder de barganha com as grandes montadoras e multinacionais. Nossa meta é manter todos os níveis de atividades e quem sabe atrair novos negócios para a Mercedes de Juiz de Fora e faremos o que estiver ao nosso alcance para que o cenário também continue sendo favorável para a empresa por aqui”, finalizou.
O vereador Juraci Scheffer, reforçou que a cidade não pode deixar de fazer a parte dela. Segundo ele é preciso ação imediata para evitar um grande prejuízo, inclusive na arrecadação de Juiz de Fora. “O Estado de Minas Gerais está vivendo um esvaziamento muito grande. A Mercedes é uma empresa que envolve excelência, gera empregos e divisas. Não podemos aceitar que ela saia da cidade. É preciso de mobilização para agir. Nós vereadores, estamos juntos com a frente parlamentar suprapartidária criada para ajudar nessa causa. E precisamos da ação do governo. É interesse de Minas que a empresa continue aqui”, afirmou.
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