Publicada em: 07/03/2019 - 124 visualizações

Reunião na Câmara discute nova sede do Núcleo População de Rua

Reunião na Câmara discute nova sede do Núcleo População de Rua (07/03/2019 00:00:00)
  • Reunião na Câmara discute nova sede do Núcleo População de Rua
 
A Comissão de Segurança Pública da Câmara realizou reunião emergencial nesta quinta-feira, 07, para discutir a possível mudança do Núcleo Cidadão de Rua, localizado na Rua José Calil Ahouagi, no centro de Juiz de Fora, para a Avenida Sete de Setembro, com entrada pela Avenida Brasil.

O vereador Sargento Mello Casal (PTB) apresentou dados sobre o entorno da área escolhida, que conta com a presença de três escolas, sendo uma delas com educação integral, igrejas, unidade médica, empresas, além de condomínios e casas. “Existem muitos pontos sensíveis nesta região. Não foi feito um levantamento sobre o impacto que isso pode causar na vida das pessoas. Depois tudo pode recair nas costas da Polícia Militar, que muitas vezes já trabalha no limite”, afirmou.
 
Segundo o presidente da Associação de moradores do Bairro Poço Rico, Alexandre Reis, a região já enfrenta índices altos de criminalidade. A preocupação é que essa situação se agrave com a mudança. Segundo ele, as obras do viaduto perto do Tupynambás já têm atraído traficantes e usuários de drogas para a região. São comuns relatos de roubos e furtos. “Nós sabemos que não são todos os moradores de rua que criam problemas. Mas hoje, são poucos os que ficam dentro do albergue. Muitos não entram e ficam pela redondeza usando drogas, bebendo. Aí surgem os problemas.”
 
A fundadora do Colégio Comunidade Resgate que fica próximo ao local, reforçou o medo. “Muitos dos moradores em situação de rua não só assustam. Muitos realmente atuam.”  Segundo ela, crianças e jovens podem acabar reféns desta nova realidade no local. “Nas escolas nós lutamos para que as crianças não caiam nas drogas. Mas se proporcionamos um ambiente assim, de uso e venda tão próximo, acaba facilitando esse acesso”, alertou.
 
O presidente da Associação de Moradores do Bairro de Lourdes também se mostrou contrário à mudança do Núcleo para a região. “Existem decisões que são tomadas e não é feito um estudo sobre os impactos que podem causar. Depois vira uma catástrofe. E quem vai ter que conviver com a violência urbana somos nós. A situação já é grave e, vai piorar”.
 
A Polícia Militar apresentou dados com ocorrências registradas em 2018. Na Avenida Sete próximo ao local onde o Núcleo pode ganhar nova sede os principais registros foram:  57 furtos, 15 roubos e, 11 ameaças. Na região próxima a José Calil Ahouagi onde o Núcleo funciona atualmente foram registrados 72 furtos, 46 de tráfico de drogas e 44 de consumo de drogas. “Nós sentimos o risco. Se juntarmos as ocorrências das duas regiões aumenta muito a demanda e aí vamos ter que deixar de atender uma determinada área, para privilegiar outra. Aqui nós trabalhamos em vários aglomerados e a demanda já é grande.  Às vezes eu não consigo fazer policiamento naquela região além do que já fazemos”, afirmou o Comandante da 135ª Cia Marco Antônio de Oliveira Lima.
 
O Corpo de Bombeiros informou que a missão deles é zelar pela segurança das pessoas e que a atual sede do Núcleo no centro, não atende aos requisitos necessários de segurança, como saída de emergência e o risco de incêndio foi identificado algumas vezes no local. A secretária de Desenvolvimento Social e de Governo foi representada por Dalton Abud. Ele reconheceu que  o local não parece ser a escolha mais acertada, mas que a prefeitura não vai deixar de dialogar em busca de uma solução.
 
Já a AMAC adiantou que o contrato ainda não foi fechado. Segundo Alexandra Rossi já são quatro anos de busca por um novo local para a instalação do Núcleo.  Segundo ela sempre haverá queixas, independente do local escolhido. “A população em situação de rua amedronta sim, mas temos que conviver. A maior parte quer retomar a cidadania. Por enquanto nada está definido, mas não vamos nos furtar de discutir. Quando há discussão e trabalho em conjunto o risco diminui”, afirmou.
 
Ela destacou que atualmente Juiz de Fora conta com cerca de 900 pessoas em situação de rua. Apenas 100 usam o Núcleo para se alimentar e dormir.  “Muitas não aceitam ajuda e ficam transitando por diferentes regiões da cidade. Quando intensificamos a ação, elas mudam de lugar. Não ficam concentradas em apenas um ponto específico", disse.
 
O responsável pelo Núcleo João de Melo reforçou que entende que a situação sempre vai pesar para um lado, mas é preciso ação, pois o local atualmente oferece riscos. “Não estamos aqui brigando, nem queremos brigar com ninguém. Só precisamos de um espaço para colocar essas pessoas. A maioria não faz mal a ninguém, não estamos falando de bandidos.”
 
Uma nova reunião deve ser agendada nos próximos dias com a presença da Secretária de Desenvolvimento Social e representantes das comunidades e empresas da região. “Nossa intenção é ajudar a buscar uma solução mais sensata para o problema”, finalizou Sargento Mello.


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