A Tribuna Livre vereador Natanael Elói do Amaral foi ocupada nesta terça-feira, 26, pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço de Água de Juiz de Fora (SINAGUA-JF) Edinaldo Sidclei Ladeira Ramos, para falar da situação enfrentada pelos trabalhadores da Companhia de Saneamento Municipal (Cesama). Segundo ele, de 2009 para cá a Cesama perdeu 163 funcionários de carreira dos 718 que compunham o quadro. E destacou que o objetivo da atual direção é terceirizar a mão de obra no lugar de realizar concurso público para que servidores capacitados ocupem os cargos existentes.
Edinaldo afirmou que os funcionários estão sobrecarregados e alguns chegam a trabalhar 48 horas sem descanso o que acaba gerando um serviço precário para a população. Ele informou ainda que os trabalhadores, estão perdendo direitos e benefícios, por meio de decisões tomadas por um Conselho criado no local, só com apadrinhados políticos. “Nesse Conselho aprovam tudo de ruim, de pior, para tirar o direito do trabalhador”, afirmou.
Ele destacou a insatisfação dos trabalhadores. “Se forem pensar o que a Cesama vem fazendo é uma vergonha. Funcionários estão com raiva. Toparam perder direitos. Na negociação salarial da Cesama, em virtude da crise nacional, servidores de carreira e concursados estão aceitando redução do salário e aumento abaixo da categoria. Desde que seja uma medida para toda a companhia. Então nós sugerimos a retirada de dois diretores e sete assessores. Só isso resultaria numa economia de mais de um milhão de reais por ano para a Cesama”, afirmou.
Edinaldo disse ainda que a prefeitura virou as costas para os servidores. “A Cesama já foi a melhor Companhia do mundo, onde dava orgulho de trabalhar. Hoje a sensação é que a Cesama está quebrada. Eles falam em tirar pessoas, tirar direito. É muita maldade com o trabalhador”, destacou.
Ele também falou sobre o abastecimento de água em Juiz de Fora. “Nós não temos mais condição de abastecer toda a cidade sem estações de tratamento suficientes. A operação está no limite”. De acordo com Edinaldo os problemas de falta d’água têm afetado bairros em diferentes regiões. Juiz de Fora possui três Estações de Tratamento de Água (ETAs), mas segundo ele, a ETA Walfrido Machado Mendonça, mais conhecida como ETA-CDI, no Distrito Industrial está com estrutura subutilizada desde 2015. A unidade passou por uma ampliação para além das águas do Ribeirão Espírito Santo, passasse a receber também as de Chapéu D’Uvas. No entanto, quando as obras de ampliação da capacidade da ETA foram finalizadas, a estação apresentou problemas de infraestrutura, como trincas e rachaduras. O local está em obra.
O vereador Dr Adriano Miranda (PHS) afirmou que as denúncias são graves e pediu que o Sindicato faça um relatório detalhado e encaminhe o documento para a Câmara. “A Casa precisa apurar”, finalizou. Os vereadores Sargento Mello - Casal (PTB) e Cido Reis (PSB) concordaram que é preciso detalhar as denúncias em um documento para que providências sejam tomadas.
Juraci Scheffer (PT) disse que após a apresentação ficou com uma imagem triste da Cesama. “Imaginamos uma empresa de excelência. Mas ouvindo esse relato, percebemos que se trata de um cabide de empregos. Não estou falando do presidente da companhia, mas da gestão. É preciso trazer os números, cargos, funcionários, salários, saber como se escolhe funcionários, o que se paga nas reuniões do Conselho. A Câmara precisa fazer uma Audiência Pública para discutir esta questão”, destacou.
O vereador Wagner do Sindicato (PTB) destacou que o trabalhador precisa de proteção. O presidente Pardal (PTC) também manifestou descontentamento com os relatos. “Na condição de servidor vejo falta de respeito no tratamento.”
Dr Antônio Aguiar (MDB) disse que a parte que mais o tocou na fala do presidente do Sinágua foi a questão da agressividade com o servidor público. Já Wanderson Castelar (PT) disse que todas as denúncias são graves. “A Cesama deixa dúvidas até hoje. Ela tem uma proteção aos atos de sua diretoria. Sempre aconteceu. Mas é preciso mudar”, concluiu.
Após a apresentação, por telefone, a diretoria da Cesama solicitou espaço na tribuna para responder às denúncias, o que deve acontecer ainda neste período legislativo, na próxima quinta-feira, 28.
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