Publicada em: 06/02/2019 - 166 visualizações

Comissão da Câmara realiza visita técnica na Represa João Penido

Comissão da Câmara realiza visita técnica na Represa João Penido (06/02/2019 00:00:00)
  • Comissão da Câmara realiza visita técnica na Represa João Penido
 
Cumprindo a agenda de visitas técnicas às barragens locais, a Comissão de Urbanismo, Transporte, Trânsito, Meio Ambiente e Acessibilidade da Câmara Municipal de Juiz de Fora esteve na manhã desta quarta-feira, 6, na Represa Doutor João Penido, administrada pela Companhia Municipal de Saneamento (Cesama).

Estiveram presentes no encontro os vereadores, Zé Márcio Garotinho (PV), Júlio Obama Jr. (PHS), Marlon Siqueira (MDB), Sargento Mello Casal (PTB) Vagner de Oliveira (PSC), Wanderson Castelar (PT), além de professores da Faculdade de Engenharia da UFJF e técnicos da Defesa Civil.

Apesar de não constar na lista dos 34 barramentos na Zona da Mata com fiscalização imediata determinada pela Agência Nacional de Águas (ANA), a represa entrou no radar das inspeções. “Devido ao número de vidas que podem ser comprometidas em caso de um possível acidente, essa barragem tem um dano potencial caracterizado como alto. Contudo, os esforços da Cesama com ações implementadas desde 2016, fizeram com que o risco fosse reduzido para médio”, explica Marcelo Mello do Amaral, diretor de desenvolvimento e expansão da Cesama que esteve à frente da inspeção. Questionado sobre as duas outras barragens geridas pela Companhia de Saneamento, as represas de Chapéu D’Uvas e São Pedro, ele argumentou que ambas não apresentam riscos iminentes.

Na represa Doutor João Penido, Marcelo explica que, medidas já estão sendo tomadas para a criação de um plano de contingência. “Para isso, é necessário que seja avaliado algum cenário de rompimento, ou seja, um estudo capaz de traçar a mancha possivelmente afetada por um acidente. Trata-se de um estudo idealizado pela Cesama, em parceria com a UFJF, para o qual já estamos minutando um convênio. Uma vez estabelecida a mancha que seria atingida no caso de um rompimento, podemos instaurar um programa emergencial, definindo as rotas de fuga e áreas para onde as pessoas possam ser direcionadas e abrigadas”, afirma.

Para o engenheiro civil e professor da Faculdade de Engenharia da UFJF, Jordan Henrique de Souza, que acompanhou as visitas nos últimos dois dias junto a outros professores da universidade, não há motivos para que os juiz-foranos entrem em pânico. “Muitos estão preocupados com o que se vê nos jornais, ouvimos relatos de pessoas que nem estão dormindo. Contudo, instaurar essa apreensão não é desejável em momento algum. É preciso pensar de maneira preventiva, cobrar providências do poder público e dos gestores das barragens, mas sem pânico”.

Jordan destaca ainda o trabalho preventivo que já está tomando forma na cidade. “Nosso papel é fazer sugestões, ter uma segunda visão sobre todo o processo, fazer indicações baseadas em dados e conhecimento. Ainda não podemos apontar nenhuma conclusão ou um comportamento ideal para os próximos meses, mas o importante é não perder toda essa motivação. Os trabalhos precisam continuar”, completa.

 
Vereadores falam sobre os trabalhos de inspeção

Para além do reflexo do rompimento da barragem na região de Córrego do Feijão, em Brumadinho, o trabalho realizado pela Comissão de Urbanismo, Transporte, Trânsito, Meio Ambiente e Acessibilidade diz respeito a uma série de ações e visitas preventivas que ocorrem desde 2016. Nesse sentido, o presidente da Comissão, Zé Márcio, ressalta o papel dos vereadores na busca por transparência dos trabalhos nas barragens. “Cabe a nós buscar os esclarecimentos necessários para informar a população sobre como são feitas as manutenções dos barramentos, utilização de equipamentos de segurança, como funcionam todos os processos, etc”, sugere.

Castelar completa: “Precisamos estar atentos a esse tipo de ocorrência, satisfazendo as exigências da sociedade. Juiz de Fora ocupa um lugar de destaque no mapa das barragens de rejeitos, ou seja, as que trazem maiores riscos. Isso aponta a importância de estarmos em campo, analisando todos os aspectos capazes de evitar esse tipo trágico de acontecimento”.

Marlon, que também acompanhou as visitas, afirmou que os gestores das barragens estão preocupados e empenhados em cumprir as diretrizes sugeridas. “Ontem, na Nexa Resources, em Igrejinha, nos informaram de uma forma bem didática sobre o funcionamento da barragem, para darmos um alento à população. Aproveitamos para cobrar a implantação da simulação de um caso de rompimento para a população do entorno, além da instalação de uma sirene, que ainda não foi feita. Mas, apesar disso, percebemos que a empresa está atenta às exigências e tem investido em consultorias de alto nível.” O peemedebista afirma ainda que “a Cesama também está fazendo o dever de casa. Estamos muito satisfeitos com o cenário que vimos”.

 
Em Juiz de Fora, medidas preventivas já estão sendo tomadas 

De acordo com o professor da Faculdade de Engenharia da UFJF e engenheiro civil, Jordan Henrique de Souza, na última semana foi criada uma rede de pesquisa e ensino, a convite da Pró-reitoria de Pesquisa e Extensão e de Graduação da Faculdade de Engenharia, que irão atuar sob duas vertentes: pesquisas sobre pós-desastres em geral e estudos específicos sobre os barramentos de água em Juiz de Fora. “Iniciativas estão sendo implantadas, como projetos de extensão sobre mapeamento e monitoramento de riscos em Juiz de Fora, em parceria com o Corpo de Bombeiros e Defesa Civil. Aguardamos ainda a participação do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), além da Câmara Municipal, que já demonstrou interesse  relacionado às questões legislativas do controle dessa operação”, explica.

Após visitas técnicas o presidente da Comissão, Zé Márcio pretende se reunir com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros com o intuito de criar um protocolo para acompanhamento das manutenções das barragens. “Este é o nosso propósito, aliado à expertise técnica da UFJF.

Segundo ele, a criação do protocolo é indispensável para que os proprietários de açudes particulares, construídos para lazer, pecuária e irrigação, também se atentem para perigos de rompimentos, mesmo que em proporções menores. “É fundamental que a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros tenham o cadastro desses barramentos, com informações mínimas sobre o modo como foram construídos e licenciados”, finaliza.


Informações: 3313-4734 / 4941 -  Assessoria de Imprensa

 
 


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