Publicada em: 05/10/2010 - 114 visualizações

Vereadores Mirins enfatizam educação contra violência

Vereadores Mirins enfatizam educação contra violência (05/10/2010 00:00:00)
 

Vereadores Mirins enfatizam educação contra violência

       Educação, prevenção e desenvolvimento de políticas sociais estão entre os instrumentos recomendados pelos vereadores mirins de Juiz de Fora contra a violência praticada por adolescentes. O tema foi abordado durante Audiência Pública realizada hoje (05/10) com a participação de convidados que contribuíram para a reflexão. A ideia de tratar do assunto foi amadurecida em função de problemas recentes nas escolas da cidade, conforme relato do sociólogo Sérgio Dutra, do Centro de Atenção ao Cidadão da Câmara. O debate subsidiará reunião sobre segurança anunciada para novembro.
        O depoimento de um ex-integrante de um grupo de baderneiros alertou os presentes para se distanciarem de conflitos. Ele, que é proveniente de Mariana, perdeu cinco amigos, passou dez meses num presídio daquele município e atualmente cumpre medida socioeducativa em Santa Lúcia.
        O esclarecimento de que no Brasil não existem gangues começou com a professora pesquisadora da Fundação Educacional Machado Sobrinho, Márcia Matias de Miranda. Ela explicou que trata-se de um fenômeno americano com características próprias. Ou seja, grupos organizados, com liderança que define suas ações. Para integrá-lo é preciso cumprir tarefas e as atividades criminosas são mais intensas. A professora recomendou cuidado no uso do termo gangue para que não sejam criados estigmas, sugerindo a impossibilidade de recuperação. O que existe no Brasil é chamado de galeras e não há uma causa única para o seu surgimento, disse.
        As inúmeras formas de violência foram citadas por Márcia Abreu, da Secretaria de Educação, que se referiu inclusive ao bullying, marcado por humilhações. Ela observa que a violência não está na escola, mas se reflete nela. Por isso, acredita na transformação do entorno a partir do indivíduo e se refere ao Departamento de Apoio ao Estudante como uma das medidas tomadas pela SE para tratamento de conflitos.
        Políticas públicas são desenvolvidas como prevenção. O presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Wesley Barbosa, falou sobre o desejo de manter convênio com o Serviço de Referência de Adolescentes do Instituto Veredas pelo quarto ano consecutivo. Raquel Vale de Melo, coordenadora da Casa do Pequeno Artista, vinculada à Associação Municipal de Apoio Comunitário (Amac), enumerou oficinas socioeducativas: de circo, dança, teatro, informática, comunicação artística, xadrez, artes, recreação e esportes, acompanhamento escolar, capoeira e judô. A aposta na cultura também é feita Jefferson Januário, o negro Bússula, idealizador da Casa de Cultura Evailton Villela.
        O capitão Giovani Campos Miranda, do 2º BPM, relatou projetos da Polícia Militar valorizando a cidadania e ressaltou a necessidade da formação de valores positivos. A mesma preocupação foi demonstrada pela juíza da Infância e da Juventude, Maria Cecília Stephan. Ela alertou os jovens quanto a sua manipulação pelos mais velhos especialmente em situações de criminalidade. Enquanto isso, o diretor geral do Centro Socioeducativo de Santa Lúcia, Alexandre Rocha, e o diretor de segurança, Luiz Fernando, informaram que a unidade é referência em Minas Gerais.
        Os trabalhos foram acompanhados pelo presidente da Câmara, Bruno Siqueira (POMDB), e pelos vereadores João do Joaninho (DEM), Antônio Martins (PP) e pela vereadora Ana Rossignoli (Ana do Padre Frederico-PDT). A abertura se deu com apresentação de alunos da Escola Municipal Adhemar Resende de Andrade que declamaram a poesia “O Resgate na Infância” e cantaram “Era uma vez”. A Audiência Pública integra a calçendário oficial comemorativo da Semana da Criança.
        A próxima reunião da Câmara Mirim acontece em 22 de outubro, quando serão encerradas as discussões das propostas sobre Saúde.

 


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