Publicada em: 22/01/2014 - 228 visualizações
A Comissão de Saúde da Câmara Municipal, integrada pelos vereadores Wanderson Castelar (PT), José Mansueto Fiorilo (PDT) e Antônio Aguiar (PMDB), retornou ao Hospital de Pronto Socorro (HPS) nesta quarta-feira (22/01) quando constatou avanços em relação à última visita, em questões como limpeza, organização e revitalização do ambiente. Os vereadores, entretanto, voltaram a constatar carência de profissionais e falta de alguns medicamentos. Problemas considerados recorrentes por Castelar, que é presidente da Comissão. A próxima visita será quarta-feira (29/01) ao almoxarifado hospitalar.
O HPS dispõe de 140 leitos, com uma enfermaria exclusiva para detentos, ocupada atualmente por 13. Houve períodos com a ocupação de 40 leitos, segundo Fiorilo. A falta de alguns medicamentos ainda é sentida. Hoje a unidade não dispunha de Nimodipina, indicada para pessoas com alguns tipos de hemorragia cerebral. Quando isso ocorre, o hospital recorre a outras unidades e, se necessário, até outros municípios para assegurar atendimento.
O diretor administrativo, Gil Dayrell, informou que não há carência de insumos e que o fornecimento dos medicamentos será normalizado em um mês, em função de procedimentos burocráticos, desde empenho até entrega. A subsecretária de Saúde, Adriana Fagundes, disse que foram feitas mais de 120 autuações contra empresas há pouco tempo em função da não entrega de remédios e citou casos de licitações vazias, ou seja, abertas sem comparecimento de interessados.
A lotação da ala psiquiátrica também chamou atenção dos vereadores. Com o fechamento de diversos hospitais da especialidade, a procura pelo HPS aumentou. A capacidade é de 37 leitos, mas Ana Cláudia Esteves Pereira Bastos, responsável técnica pela enfermagem, reconheceu a falta de acomodações para atendimento da demanda com certa frequência. Ana ainda relatou uma dificuldade específica da área na qual atua. Cerca de 40 profissionais, entre técnicos de enfermagem e enfermeiros, estão afastados por licença saúde e o sistema não possibilita reposições.
A carência de médicos em algumas especialidades é outro problema. O presidente do Sindicato que representa a categoria, Gilson Salomão, informou sobre a inexistência de cobertura por cirurgiões às terças-feiras à noite e às quintas-feiras pela manhã. O diretor geral do HPS, José Carlos de Oliveira, reconheceu ainda a falta de ortopedista no plantão por 24 horas aos sábados. Mais difícil ainda é a obtenção de médicos para o atendimento de porta, afirmou a assistente social Simone Mathiasi. Antônio Aguiar acredita que isso ocorra devido às condições de trabalho ainda não serem ideais e pela prática de uma política salarial mais atraente por parte da rede privada em relação à pública.
Durante o período em que permaneceram no HPS, os vereadores também puderam constatar a continuidade de problemas sérios no SUS, como a falta de leitos nas UTIs. Haviam 11 pacientes aguardando por uma vaga e outros 11 da região estão inscritos na central. No saguão, eles encontraram o universitário Rafael Dias, que fraturou a mão em uma queda. Depois de peregrinar por unidades do SUS, ele conseguiu guia de internamento para cirurgia, mas o único médico especialista na área encontra-se em férias.
Castelar adiantou que a Comissão de Saúde elaborará um relatório com as informações obtidas, que servirá de base para reuniões com o conjunto dos vereadores, os secretários de Saúde, de Governo, José Sóter de Figueirôa, e com o prefeito Bruno Siqueira (PMDB).
Câmara Municipal de Juiz de Fora
Rua Halfeld, 955 - Centro, Juiz de Fora/MG
Tel: 32 3313 4700
Faça contato com a Câmara.
Acesse aqui a página com os contatos dos nossos setores.
©2025. Todos os direitos reservados. Política de Privacidade