Juiz de Fora dispõe atualmente de 62 traffic calming. Quinze foram retirados pela atual Administração. O assunto foi debatido em Audiência Pública nesta quinta-feira (12/11) por iniciativa do vereador Rodrigo Mattos (PSDB). Desde que a retirada foi iniciada, o vereador demonstrou preocupação com a possibilidade do retorno de acidentes. Ele enviou pedido de informação à Secretaria de Transporte e Trânsito em fevereiro e elaborou requerimento ao órgão, assinado pelos 19 vereadores, solicitando a manutenção dos equipamentos, o que não aconteceu. A ocorrência de dois atropelamentos fatais nos últimos meses provocou a retomada do debate.
Rodrigo Mattos vai continuar acompanhando a situação e, mesmo com os esclarecimentos prestados pelo secretário de Transporte e Trânsito, Rodrigo Tortoriello, manteve a posição assumida. “A retirada influencia na segurança do pedestre”, enfatizou. Diante da preocupação do autor do pedido de Audiência Pública, reforçada pelo pronunciamento de diversos vereadores, Tortoriello confirmou que a Prefeitura não pretende retirar mais equipamentos.
A convite de Rodrigo Mattos, José Luiz Brito, especialista em mobilidade urbana, fez exposição sobre moderação de tráfego, quando informou que a Organização das Nações Unidas anunciou a década de 2011 a 2020 dedicada a ações para segurança no trânsito. O Brasil está em quinto lugar entre os países recordistas em mortes. Juiz de Fora convive com 217 mil veículos, 28 mil motos e 580 ônibus, o que justifica medidas físicas de tratamento de tráfego, conforme assinalou. Brito entende que em pontos de maior adensamento, como as ruas Afonso Pinto da Mota e Santa Rita, ao traffic calming não deveriam ter sido retirados.
Rodrigo Tortoriello informou que o órgão trabalha com o manual da BHtrans e alguns internacionais. Ele assegurou que a Prefeitura não tem intenção de priorizar automóveis na Avenida Rio Branco e sim incentivar o transporte coletivo e reduzir as ocorrências de trânsito. Tortoriello ponderou que a cidade, na verdade, não possui traffic calming e sim ondulações transversais, quebra molas e redutores de velocidade. O que está disponível encontra-se em vias arteriais e outros pontos não recomendados pela BHtrans, o que exige adequações. Usando estatíticas da Polícia Mlitar, ele ainda esclareceu que, ao contrário do que muitos acreditam, o número de acidentes na Avenida Rio Branco vem caindo.
Mesmo depois da exposição do secretário, os vereadores continuam preocupados e defendendo instrumentos preventivos. Vagner de Oliveira (PR) recomenda o recuo da Settra, se necessário. Zé Márcio (PV) disse que os redutores de velocidade trouxeram segurança para pedestres, além de contribuírem com a função educativa, fazendo com que motoristas parem nas faixas de pedestres. Noraldino Junior(PSC) concordou com esse posicionamento. Morador da rua Rui Barbosa, o vereador informou ter solicitado traffic calming para a frente de uma escola e de uma farmácia. Os equipamentos foram instalados, porém em pontos diferenciados, o que o levou a solicitar a realocação.
O representante do PSDB, autor da solicitação da Audiência Pública, continua acreditando que a manutenção dos traffic calming contribuem para redução da velocidade, posição reforçada por Antônio Aguiar (PMDB). O peemedebista, que também é médico, disse ter assistido a atropelamento de idosos em frente ao seu consultório, no entroncamento da Avenida Rio Branco com a Rua Fernando Lobo, o que cessou após instalação do equipamento. Ana Rossignoli (Ana do Padre Frederico-PDT) reconheceu a importância dos redutores de velocidade principalmente para idosos.