A instalação do Laboratório de Estudos sobre Violência junto ao Centro de Pesquisas Sociais (CPS) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) é uma conquista de toda a comunidade juiz-forana. Fruto dos debates iniciados em março durante a realização do Seminário Sobre a Violência Urbana em Juiz de Fora, promovido pela Câmara Municipal com o apoio da subseção Juiz de Fora da OAB, Prefeitura, UFJF e Instituto Vianna Júnior, o Laboratório servirá de apoio a todas as entidades envolvidas no combate à criminalidade na cidade.

   A decisão foi definida em reunião da Comissão que prepara a elaboração do Plano Municipal de Enfrentamento da Violência. A Câmara Municipal conclamou a cidade para o debate a respeito do aumento da criminalidade a partir do Seminário e vem ajudando a articular a sociedade para enfrentar o aumento da criminalidade. O presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara Municipal, vereador Wanderson Castelar (PT), destacou a importância da instalação do Laboratório de Estudos da Violência como uma das medidas concretas para se combater o aumento da criminalidade em Juiz de Fora. 

   O diretor do CPS, Paulo Fraga, será o responsável por gerenciar os estudos que serão realizados no Laboratório. “O CPS já tem uma infraestrutura completa para abrigar o Laboratório de Estudos sobre Violência. A questão agora é definir uma comissão para realizar as pesquisas e como o órgão vai funcionar na prática”, destacou Fraga. Esta comissão será composta por profissionais da UFJF e de faculdades particulares, Comissão de Segurança Pública da Câmara Municipal, Prefeitura, OAB-JF, Polícia Militar, Polícia Civil, Centro de Prevenção à Criminalidade e outros órgãos que trabalham no combate ao crime violento. Nos próximos dias, estas entidades vão fazer a indicação oficial dos nomes e está agendada uma plenária no dia 8 de novembro para aprofundar as estratégias de trabalho do Laboratório.

   Profissionais do CPS apresentaram proposta para realizar uma Pesquisa de Vitimização e Levantamento Biográfico dos Autores e Vítimas de Homicídio em Juiz de Fora. Sobre a pesquisa de vitimização, a intenção do CPS é fornecer um diagnóstico da violência não-registrada na cidade, visando compreender a dinâmica criminal em uma determinada localidade. Com isso, os órgãos de combate à violência vão poder planejar ações específicas. Este trabalho prevê as etapas: Plano de Trabalho; definição de questionário; pesquisa de campo e análise e consolidação dos dados.

   Já em relação ao levantamento biográfico dos autores e vítimas de homicídios em Juiz de Fora o objetivo é analisar os registros policiais, judiciais e pessoais de autores e vítimas de homicídios, relativos aos anos de 2012 e 2013. Esta análise vai traçar o perfil social em profundidade, tanto das vítimas quanto dos autores, georreferenciar as informações coletadas a fim de compreender a distribuição espacial dos homicídios e, com isso, iniciar ações específicas. Segundo Castelar, com a disponibilização de dados científicos atualizados será possível traçar um perfil da criminalidade violenta em Juiz de Fora e buscar formas de conter o aumento dessa triste realidade na cidade. O vereador Jucelio Maria (PSB), que também participou da reunião, destacou a mobilização da sociedade juiz-forana contra a violência e o empenho da Câmara Municipal em articular amplos setores da comunidade para debater o tema e enfrentar o aumento da violência.