Milhares de juiz-foranos moradores da zona rural de Juiz de Fora vivem isolados. A Comissão Especial de Telefonia, Comunicação e Internet Móvel da Câmara Municipal integrada pelos vereadores Noraldino Junior (PSC), Vagner de Oliveira (PR), João do Joaninho (DEM) e representantes das operadoras Oi, Vivo e Claro comprovaram as dificuldades enfrentadas in loco. A comitiva visitou sete comunidades rurais nesta segunda-feira (07/10). Algumas sequer dispõem de telefone fixo, os sinais de celular chegam a pontos isolados e a Internet é discada. Ou seja, enquanto o usuário está navegando pela rede mundial de computador, o aparelho de tefonia fixo se mantém ocupado.
Cleber Luiz Magalhães, da Oi; Wagner Couto, da Vivo, e Maks Adriano Costa, da Claro, vão repassar a situação para o setor de engenharia, responsável pela avaliação da infraestrutura e viabilidade funcional. Os vereadores ressaltaram a necessidade de investimentos por parte das empresas para que o poder público possa dar a contrapartida por meio de projeto de lei que defina procedimentos de licenciamento. Eles constataram que varias residências e sítios usam antenas particulares para conseguir os sinais. Os trabalhos prosseguem na próxima segunda-feira (14/10) quando mais seis locais serão visitados. Na terça-feira, a comissão tem encontro com o prefeito Bruno Siqueira (PMDB).
Os problemas mais sérios foram encontrados em Penido. A comunidade não dispõe de telefonia fixa, só conta com um orelhão, que nem sempre está em boas condições, e a Internet só é acessada com a instalação de antena externa com o cabo ligado direto no celular. A comunidade de Pirapetinga também aguarda por ajuda. As moradias estão espalhadas pela área e há necessidade de uma antena para atendê-los. O fato de haver energia próxima favorece o atendimento da reivindicação.
Em Monte verde, o acesso à Internet é via rádio. Os moradores sequer podem contar com os orelhões. Dois dos instalados na rua principal e um na rua Projetada estão quebrados. Ronildo Ferreira de Oliveira informa que nem sempre o fixo está em boas condições, informação confirmada pelo bombeiro hidráulico Vanderlei Silva. Dionísio Donato de Almeida, proprietário de um restaurante na entrada da localidade (Pires), cedeu uma parte de sua propriedade para uma empresa de Lima Duarte instalar antena. Só assim passou a dispor do serviço via rádio. A presidente da Associação de Moradores Luzia Dias cita os estudantes e comerciantes como os mais prejudicados. “Nos sentimos muito isolados”, desabafou.
A situação não é diferente em Torreões. A Internet é discada. Para ter acesso a um serviço de qualidade, paga-se caro. O estudante Wellerson da Fonseca, de 16 anos, desembolsa cerca de R$ 90 mensais por 600k. De três orelhões testados pelos vereadores, dois estão com defeito. Duas operadoras têm seus sinais captados, porém só em dois pontos: em frente à Igreja e próximo ao campo de futebol. Os técnicos constataram que a Estação Radio Base é digital, o que consideraram um fator positivo.
O marceneiro Sulivan Soares queixa-se da lentidão para conseguir abrir uma página na Web com 200k a R$ 59,90. José Tomaz , proprietário de uma loja de materiais de construção, conta que é obrigado a gastar muito para conseguir contato com fornecedores em função da baixa qualidade da telefonia. O agricultor Cesarino Onofre de Almeida chegou a passar por sérias dificuldades. Por não possuir telefone fixo, e o orelhão apresentar defeito com frequência, ele não conseguiu acionar o Samu para atender um familiar. O problema foi contornado com a chegada de outro parente com transporte para o centro.
Valadares dispõe de antena ao lado da matriz com sistema analógico (fixo), mas o equipamento precisa ser deslocado para um local mais alto para aumento da cobertura. O diretor da Escola Municipal Camilo Guedes está fazendo levantamento dos pontos comerciais e residenciais que necessitam da Internet. Os dados serão encaminhados para a Secretaria Municipal de Educação, que se encarregará de formalizar solicitação às operadoras. Para captarem os sinais de duas operadoras em Rosário de Minas, os moradores têm que procurar um local alto. A antena é analógica (fixo) mas os técnicos acreditam que suporta o sistema digital.
Na segunda-feira, os vereadores e técnicos estarão em Humaitá, Paula Lima, Chapéu d”Uvas, Sarandira, Caeté e Dias Tavares.