A revisão das taxas municipais e elaboração de projeto de lei definindo os procedimentos para licenciamento foram as principais questões levantadas pelos representantes das operadoras de telefonia móvel da cidade em reunião com a Comissão Especial de Telefonia, Comunicação e Internet Móvel da Câmara Municipal. Os vereadores João do Joaninho (DEM), Vagner de Oliveira (PR) e Chico Evangelista (PP) ressaltaram a necessidade da melhoria dos sinais e da transmissão de dados. João do Joaninho, que presidiu os trabalhos, informou que as empresas têm até o dia 10 para apresentar dados solicitados pela comissão. Elas deveriam ter feito a apresentação nesta quarta-feira (02/10). A próxima reunião será com o prefeito Bruno Siqueira em 15 de outubro.
Uma a uma as empresas Oi, Tim, Vivo, Claro e Nextel se pronunciaram sobre projetos para a cidade. Layla Ribeiro da Silva, da Vivo, informou que a operadora dispõe de 36 Estações de Radiobase (ERBs), todas com 3G, uma das quais em Filgueiras. A tecnologia 4G chega ao município em 30 de setembro. Por enquanto se encontra em fase de testes. Ela ainda revelou a intenção de a empresa expandir essa tecnologia.
Adauto Coelho, da OI, anunciou projeto para a instalação de mais três ERBs 2G e 3G na Avenida Olegário Maciel, Santa Luzia, proximidades do Hospital Universitário e Estádio Municipal para ampliação da cobertura. A operadora já conta com 55 antenas. A chegada do 4G está prevista para dezembro.
André Luiz Carvalho, da Claro, enfatizou que a cidade é prioridade para a operadora. A empresa mantém 36 ERBs, tem sete solicitações de novos licenciamentos à espera do parecer da Prefeitura, com previsão de 4G até janeiro de 2014. O representante reclama, porém, da morosidade na aprovação dos processos de licenciamento, o que pode prejudicar investimentos no município calculados em R$ 10 milhões.
A Tim modernizou as 36 estações este ano e planeja sete novas para 2014. Paulo Roberto Medeiros considera necessária a indicação de pontos de novas instalações, em função da proximidade do limite para mais compartilhamentos. A Nextel, por sua vez, já instalou 23 sites 3G , mas ainda não realizou o lançamento comercial na cidade.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, André Zuchi, questionou se as empresas querem investir no desenvolvimento do município, observando “certa morosidade na planta de investimentos”. A falta de uma legislação específica na cidade e a taxa cobrada, em torno de R$ 8 mil anuais, foram apontados como dificuldades. Diante disso, o secretário solicitou levantamento do valor nos demais municípios do porte de Juiz de Fora para uma análise comparativa.
A preocupação com os distritos ficou evidente. Vagner de Oliveira lembrou da existência de 18 comunidades, oito com mais de 700 habitante e uma população flutuante de aproximadamente 2 mil. Ele apresentou os números na tentativa de sensibilizar as operadoras a estender os sinais. O presidente da Câmara, Julio Gasparette (PMDB), que acompanhou os trabalhos, esclareceu que muitas delas estão próximas, o que pode contribuir para facilitar a cobertura.
Layla da Silva é a favor de um trabalho específico em cada distrito. Para isso, necessita de informações sobre as peculiaridades de cada um. Ela adiantou que a Vivo fez isso em Filgueiras. Cláudia Silva, da Oi, se referiu a uma experiência desenvolvida com sucesso no município de Extremo, região industrial do Sul de Minas. Foi viabilizada uma parceria financeira da Prefeitura, com empresários e moradores, que possibilitou a instalação de telefonia fixa, móvel e Velox (banda larga). A Oi participou com a instalação e manutenção dos equipamentos. Cláudia acredita que em dois meses pode ser feito estudo técnico e financeiro nas diversas comunidades rurais para análise de proposta. Na próxima segunda-feira, 7/10, a Comissão fará, junto com técnicos de algumas operadoras, visita aos distritos, para verificar a situação pessoalmente.