Publicada em: 24/09/2013 - 100 visualizações

Violência nas escolas de Juiz de Fora é tema de audiência na Câmara

Violência nas escolas de Juiz de Fora é tema de audiência na Câmara (24/09/2013 00:00:00)
  • Violência nas escolas de Juiz de Fora é tema de audiência na Câmara
 
     Preocupado com o alto índice de violência nas escolas de Juiz de Fora, o vereador Wanderson Castelar (PT) propôs a audiência pública realizada nesta terça-feira na Câmara Municipal. “As crianças são o futuro do nosso país. Temos que dar apoio, pois não haverá um futuro digno se não cuidarmos delas agora. Não é possível adiar por mais tempo as medidas necessárias”.  Castelar ainda lembrou aos presentes sobre a lei 12.469, de sua autoria, sancionada em janeiro de 2012, que institui a Área de Proteção e Segurança Escolar no entorno das unidades de ensino.  “A medida visa elevar a consciência da sociedade, contribuir para a formulação de políticas públicas, fortalecer as instituições envolvidas no sistema educacional e fomentar pesquisas que contribuam para a compreensão de mecanismos educacionais e sua implementação”. 
     Após abrir o debate, um vídeo foi apresentado contendo o diagnóstico realizado pela Secretaria de Educação. De 2009 a 2012, foram registrados 673 casos de violência nas 101 instituições municipais. 147 foram relacionados ao uso de drogas, 361 a agressões físicas, 37 a bullying, 37 a denúncias de abuso sexual, 25 a porte de arma, 26 a depredação do patrimônio e dez classificados entre outras ocorrências. Todas entre alunos do 1º ao 9º ano.
     De acordo com levantamento apresentado pelo jornal Estado de Minas, Juiz de Fora possui a segunda maior taxa de ocorrências por estudantes entre os municípios de Minas Gerais com mais de 100 mil habitantes. Em 2010 foram 180,4 para cada grupo de 100 mil estudantes. Na matéria, a Polícia Militar informou que dentro dos estabelecimentos houve 195 ocorrências em 2011, e que o número teria passado para 138 no ano passado. 
     O diretor do Sindute, José Maria Carneiro, disse que a educação vem de berço. “Quando o aluno é rebelde dentro de sala de aula é preciso verificar o que acontece na vida pessoal”. 
     A coordenadora do Sindute, Sônia Regina Henrique, relatou que as autoridades precisam estar atentas para a situação que se encontram as escolas. “Escolas estão precárias para que no futuro possam ser privatizadas”. Ela ainda alertou que “violência são os prédios caindo aos pedaços e a falta de conservação. Quando chove molha os materiais dos alunos, quando tem muito sol as escolas viram forno, sem falar na falta de cobertura das quadras”. 
      O representante do 27° Batalhão de Polícia Militar, Capitão Floriano, afirmou que a Polícia Militar está fazendo um combate rigoroso com relação à violência no entorno das escolas. “O problema é que Juiz de Fora tem mais de meio milhão de habitantes e não é possível estar em todos os lugares ao mesmo tempo”.
     A representante da Sinpro, Gustamara Freitas Vieira, destacou a falta de políticas públicas e disse que os problemas são enfrentados também nas escolas privadas. 
     A subsecretária de Políticas Educacionais, Juliana Neves fez uma reflexão. “Os pais que não levam seus filhos à escola também cometem violência. A inclusão é o caminho para a não violência”. 
     Ana Rossignolli (Ana do Padre Frederico - PDT) indagou. “Se nossos governantes não tomarem cuidado, celas serão construídas e escolas serão fechadas”.
     Jucelio Maria (PSB) não acredita na falta de políticas públicas. “Acredito que existe uma falta de aplicabilidade das leis. Antigamente havia o Curso Preparatório para Concursos nos bairros. Hoje os alunos interessados precisam se deslocar até o Centro e isso não é legal. Nossos jovens precisam de perspectiva de vida”. Jucelio terminou sua fala com o refrão da música “Acredito na Rapaziada”, de Gonzaguinha.
      Já Betão (PT) declarou que esta não é uma discussão fácil. “A imprensa coloca que os problemas acontecem somente nas escolas públicas, mas isso é uma inverdade. O mesmo problema acontece nas escolas particulares. A diferença é que os proprietários dos colégios particulares escondem os fatos”.
 


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