Uma proposta inovadora apresentada pelo segundo secretário Aparecido Reis Miguel Oliveira (Cido-PPS) pode representar a realização de um sonho para milhares de jovens carentes. Trata-se da criação da Universidade Municipal de Juiz de Fora, uma instituição gratuita com atendimento prioritário para alunos provenientes de escolas públicas municipais e servidores públicos da Prefeitura. A princípio serão oferecidos pelo menos três cursos. A instituição será mantida por uma Fundação Educacional a ser criada através de legislação própria.
Para atender a esse público específico serão oferecidos cursos noturnos e utilizados prédios dos estabelecimentos de ensino da rede que não oferecem esse turno, ou seja, podem disponibilizar salas a custo zero. O preenchimento de vagas também se dará de forma diferenciada. Metade será destinada a estudantes das escolas municipais, segundo critérios de avaliação ao longo do ensino médio e das políticas de ações afirmativas. Esses alunos e os servidores serão isentos de taxa de inscrição. O restante das vagas será preenchida pelos demais interessados por meio de processo seletivo.
A ampliação do acesso ao ensino superior e suas repercussões, como maiores possibilidades de disputa no mercado de trabalho, são metas prioritárias de Cido. Ele acredita no benefício educacional de 20 mil pessoas, na criação de aproximadamente 5 mil empregos diretos e 14 mil indiretos, além de crescimento demográfico com bom índice cultural e atração de novos negócios para o município.
Na justificativa para o empreendimento, o vereador cita a demanda existente, a disponibilidade de investimentos do município, do Estado e da União aliada à sintonia com o Plano Nacional de Educação. O plano tem como metas até o ano 2020 elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos. A intenção é fomentar a oferta de educação superior pública e gratuita em especial para a formação de professores voltados para a educação básica, principalmente para as áreas de ciências e matemática, assim como atender o déficit de profissionais em áreas específicas.
Dados levantados pelo censo de 2010 são usados por Cido para subsidiar a proposta. Juiz de Fora está na sétima posição entre as cidades mineiras no número de alunos de cursos de graduação. Dezessete por cento dos estudantes encontravam-se matriculados no terceiro grau. Enquanto a rede pública de ensino superior contava com 9.558 matrículas (38,65%), a particular dispunha de 15.168. Considerando que o rendimento nominal mensal per capita dos domícílios particulares girava em torno de R$ 630, a mensalidade de instituição particular gerava um ônus significativo.