A situação das feiras livres da cidade foi debatida em audiência nesta quarta-feira (27/06) na Câmara Municipal. De acordo com o proponente da audiência, Wanderson Castelar (PT), a feira é uma das atividades mais importantes para a economia local. Castelar solicitou a implantação no calendário oficial das atividades das feiras.

Representando os feirantes, Adão Luiz Querino reivindicou melhorias para os trabalhadores e apoio da Secretaria de Agropecuária e Abastecimento da Prefeitura. “Sabemos da importância das feiras livres. Além de ser um órgão empregador, é regulador de abastecimento. Precisamos de mais apoio da administração, não temos banheiros adequados, lugares para higienização das mãos. Trabalhamos mais de 8 horas por dia e não temos lugar descente para nossas necessidades fisiológicas”, relatou. Adão ainda solicitou mais policiamento, guardas municipais, área livre para os motoristas, e bom senso da Demlurb com relação à limpeza. “Eles começam a limpar muito cedo e atrapalham nossas vendas”, destacou.

O ex-secretário de Agropecuária e Abastecimento da PJF, Cláudio Nápolis, disse que vários problemas com relação à feira foram equacionados enquanto esteve na pasta. “Houve esforço do governo para sanar os problemas. Os feirantes faziam parte de uma associação, sendo mais fácil o diálogo. Hoje a associação não existe, dificultando a comunicação”, enfatizou.

O chefe do departamento de Abastecimento, Marcel Fernandes, relatou que 14 bairros são atendidos com os serviços da feira livre, sendo 257 feirantes em 1500 pontos. “A prefeitura muito tem feito pelos feirantes. Não fizemos mais porque começamos 2009 com um orçamento restrito. Estamos trabalhando para fazer o melhor para a cidade”, expôs. Ele ainda relatou que no dia 02 de julho será entregue a todos os feirantes lonas e saias para padronizar as barracas.

Roberto Cupolillo (PT) questionou a falta de lugar para a higienização dos comerciários. “Por onde passam praticamente 15 mil pessoas precisa ter uma estrutura mínima”. Ele ainda lembrou o inicio da revolução industrial, em que os trabalhadores não tinham condições físicas para o trabalho.

Flavio Cheker (PT) lamentou a falta dos feirantes na audiência e disse que os banheiros químicos oferecidos pela prefeitura são um avanço, mas não atendem a realidade.

Antônio Martins (Tico-Tico-PP) disse que é preciso haver mais união dos feirantes para garantir melhores condições de trabalho.

Julio Gasparette (PMDB) relatou que o desinteresse dos feirantes é grande. “Já solicitamos três audiências para tratar do mesmo tema. Falta união para cobrar da administração melhorias. Acho que o governo olha pouco para a classe”, destacou.

O Subsecretário de Obras, Renato Dantas, relatou que o viaduto que será construído no Mariano Procópio não irá interferir na feira que acontece próximo ao local. Ele se colocou a disposição para fazer um estudo juntos aos vereadores para atender as solicitações.

O representante da Settra, Jorge Lima, disse que no entorno das feiras existem diversas placas de sinalização e que muitos frequentadores não respeitam por comodismo, infringindo as regras do trânsito. “Por isso muitos policiais multam os carros irregulares. Não podemos liberar as ruas no entorno para os veículos. A população precisa ter mais consciência e respeitar a sinalização”. 

Por fim, Castelar disse que essa audiência foi mais uma conquista. “Estamos abertos para discussões, pois é importante manter o diálogo e buscar entendimento. Precisamos lutar politicamente para melhorar a vida das pessoas”. Ele ainda lembrou que as lonas que serão entregues no dia 02 são uma promessa do começo da administração em 2009.