Carta-denúncia sobre construção da BR 440 gera mobilização

       Um movimento envolvendo entidades comunitárias de bairros dos trechos onde está prevista a passagem da Via São Pedro (BR 440) promoveu nesta quarta-feira (03/03), na Câmara, a assinatura coletiva de uma carta-denúncia sobre aspectos considerados irregulares da construção da estrada em Juiz de Fora. O documento será entregue aos Ministérios Públicos Estadual e Federal e aos Tribunais de Contas do Estado e da União. A carta solicita que sejam suspensas as obras em virtude de três motivos: inexistência de projeto executivo, falta de licenciamento ambiental e ausência de previsão no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano. A estrada vai dividir a cidade em duas áreas distintas, gerando impacto com trânsito pesado. O integrante do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), José Lopes Esteves, explicou que a configuração do modelo urbano de Juiz de Fora vai ser modificado pela via. Membros do movimento questionam o fato da sociedade não ter sido consultada sobre a construção da estrada.
        Dia 9, próxima terça-feira, às 19h, será realizada uma reunião na sede da Associação dos Professores de Ensino Superior (APES), para enfocar o desdobramento das ações desta reunião. A APES fica no Campus Universitário, próximo ao portão São Pedro. Com a assinatura da carta pretende-se que os órgãos tomem conhecimento do que está ocorrendo e tomem a frente da fiscalização da legalidade da obra.
        Foi solicitada uma audiência pública no Legislativo para discutir o tema. Ela será realizada em abril. O vereador José Soter de Figueirôa Neto (PMDB) manifestou apoio ao movimento e deixou claro que é preciso saber quais as conseqüências da construção do ponto de vista ambiental, social e urbanístico. Roberto Cupollilo (Betão – PT) disse que entrará com pedido de informação à prefeitura sobre várias questões enfocadas na carta. Isauro Calais (PMN) ressaltou a seriedade do fato da construção da estrada não ter sido informada previamente à sociedade. E declarou que é necessário saber se ela traz prejuízo e se é legal. Wanderson Castelar (PT) disse que o documento é importante para atuar na desobstrução dos canais de comunicação e para despertar os segmentos da Justiça que considera adormecidos ante os desmandos.
        Subscreveram o documento, além dos vereadores citados, Flávio Cheker (PT), associações de bairros de Borboleta, Bosque Imperial, Bosque do Imperador, Democrata, Mariano Procópio, Portal da Torre, Santana e Itatiaia, São Pedro, Vale do Ipê, a Comissão de Meio Ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil – Subseção JF, o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), a Associação dos Professores de Ensino Superior (APES) e a Sociedade Pró-Melhoramentos do Bairro Mariano Procópio (SAPA).

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