|
Seminário sobre Poço D’Anta chega ao fim com propostas de preservação da área Um plano de manejo para definir estratégias de ação, um complexo educacional e de lazer, uma legislação específica para o Poço D’Anta e um conselho para dar suporte às ações de preservação da reserva. Essas foram às propostas apresentadas no último dia do 2º Seminário Municipal de Preservação da Reserva Biológica do Poço D’Anta. O evento teve grande participação de estudantes, ecologistas, biólogos, sociólogos e cientistas, além de autoridades municipais e estaduais em meio ambiente. Na oportunidade, tembém foram propostas a inclusão no orçamento participativo, de recursos destinados a programas ambientais, a instituição um projeto itinerante para conscientizar os moradores e os alunos das escolas da região sobre a importância da área e a criação de uma legislação específica para regulamentar loteamentos rurais ao entorno da reserva.
O encontro aconteceu nos dias 22, 23 e 24 de novembro, no salão paroquial da Igreja de São Benedito. O seminário foi uma iniciativa da Câmara Municipal, através do Centro de Atenção ao Cidadão. A promoção foi da Comissão de Urbanismo, Transporte, Trânsito e Meio Ambiente, integrada pelos vereadores João do Joaninho (PTB - presidente), Luiz Otávio Fernandes Coelho (Pardal -PTB) e Paulo Rogério (PMDB), autor do requerimento sugerindo o debate.
João do Joaninho alertou, mais uma vez, para os perigos que a reserva está correndo sem um projeto político para a sua preservação e conservação. “A Câmara Municipal e nós, vereadores da Comissão de Urbanismo, estamos conscientes da importância desse seminário e não podemos deixar as idéias e as propostas ficarem somente no papel. É preciso ação e, para isso, precisamos de toda a sociedade, de mãos dadas, com os poderes constituídos e com os órgãos que cuidam do meio ambiente”, disse.
Um dos pontos polêmicos da discussão foi à transferência do campo de futebol, localizado dentro da reserva, para outro lugar. De acordo com os participantes, o campo teria que ser desativado, por provocar poluição sonora com danos para os os animais. Por outro lado, trata-se de área de lazer para a comunidade. De acordo com o representante da Agenda JF, Willians Martins Coelho de Lima, o prefeito Alberto Bejani está disposto a “abraçar” a causa, ciente dos problemas enfrentados pelos defensores do Poço D’Anta.
As denúncias do vereador Paulo Rogério sobre a degradação do meio ambiente contribuíram para a anteprojeto, a ser elaborado com as propostas e sugestões dos participantes. O documento será enviado ao Instituto Estadual de Florestas com a intenção de sensibilizar os seus representantes e técnicos a aplicarem os recursos arrecadados de empresas, que destinam parte de seus investimentos a programas de preservação e conservação de meio ambiente. Paulo quer urgência no processo de transformação da área em um centro de pesquisa, produção e educação ambiental. “Esse será o caminho para que o Poço D’Anta possa ser salvo da ação de criminosos e pessoas sem a consciência de sua importância”, disse.
Na próxima quarta-feira, 30/11, numa reunião na Câmara, será elaborado uma carta de intenções, contendo um relatório do seminário, com todas as suas propostas.
A reserva biológica do Poço D’Anta foi criada em 1982. A área é de 277 hectares formada pela mata atlântica, um refúgio para mais de 50 mil espécies entre animais, plantas, liquens e microorganismos. No local, existem 18 nascentes que formam o Córrego das Antas, servindo como mananciais para a CESAMA e abastecendo bairros da zona leste de Juiz de Fora. Além disso, é considerada uma área de grande importância, por servir de objeto de estudo para pesquisadores e biólogos do país inteiro.
|
