Seminário lota salão paroquial da Igreja São Benedito O primeiro dia do 2º Seminário Municipal de Preservação da Reserva Biológica do Poço D’Anta lotou o salão paroquial da Igreja de São Benedito. Ecologistas, estudantes, biólogos, sociólogos e cientistas participaram do evento, que reuniu autoridades municipais e estaduais em meio ambiente. Na abertura, o presidente da Comissão de Urbanismo, Transporte, Trânsito e Meio Ambiente, vereador João do Joaninho (PTB) alertou para o perigo que a reserva está correndo sem um programa eficaz de preservação e conservação da área. “A Câmara Municipal tem um projeto macro para a preservação da Reserva Biológica do Poço D’Anta. Para que ele saia do papel, é preciso a sensibilidade e o apoio de órgãos governamentais ou entidades ligadas a ecologia”, disse.
No pronunciamento do vereador Paulo Rogério dos Santos (PMDB) o tom foi de denúncia. Ele pediu urgência no processo de transformação da área em um centro de pesquisa, produção e educação ambiental. Solicitou aos representantes do Executivo a elaboração de uma política pública voltada para o setor. “A Câmara está cumprindo o seu papel, trazendo para a discussão pública um assunto que atinge o município, o Estado e o país. É preciso vontade política, união de todos os segmentos da sociedade e uma grande campanha de educação ambiental”, afirmou o peemedebista. A discussões foram motivadas através do requerimento do legislador, que também participou da elaboração do seminário. “Esperamos que sejam realizadas ações concretas, que as idéias saiam do papel e virem obras que possam salvar o Poço D’Anta”, disse.
O seminário é uma iniciativa Câmara Municipal, através do Centro de Atenção ao Cidadão. A promoção é da Comissão de Urbanismo, Transporte, Trânsito e Meio Ambiente, integrada pelos vereadores João do Joaninho (PTB - presidente), Paulo Rogério (PMDB) e Luiz Otávio Fernandes Coelho (Pardal -PTB).
Na mesa redonda, que aconteceu logo após a abertura, teve como convidados a representante do Ibama, Selma Bara Melgaço, que explicou as diferenças entre área de preservação e parque ecológico. Para ela, o Poço D’Anta comportaria um centro de educação ambiental, desde que fossem respeitados os limites entre a mata e os locais de circulação.
Outro convidado foi o chefe do Departamento do Meio Ambiente da Belgo Arcelor, Carlos Alexandre Miranda. Na sua palestra, explicações sobre os recursos reservados pela empresa para programas de preservação do meio ambiente. Ele disse, que a Belgo preparou um documento sugerindo ao Governo do Estado, que os recursos fossem aplicados dentro do município, mais precisamente, na preservação do Poço D’Anta.
O representante do Instituto Estadual de Florestas, Alberto Vieira de Melo Matos, mostrou aos participantes ações bem sucedidas de projetos sobre preservação e conservação ambiental em Minas Gerais. Na sua exposição, fotos do Parque da Serra do Cipó, na região de Belo Horizonte. Hoje o lugar é referência em área de preservação ambiental.
Antes do ciclo de palestras, os vereadores, os estudantes universitários e de escolas da região e os convidados do seminário, fizeram uma caminhada pelo entorno da mata. Eles puderam constatar os problemas que vêm acontecendo ao longo dos anos como o desmatamento ilegal, a sujeira e a caça predatória. As explicações foram dadas pelo Tenente Ferri, comandante da Polícia Florestal.
A reserva biológica do Poço D’Anta foi criada em 1982. A área é de 277 hectares formada pela mata atlântica, um refúgio para mais de 50 mil espécies entre animais, plantas, liquens e microorganismos. No local, existem 18 nascentes que formam o Córrego das Antas, servindo como mananciais para a CESAMA e abastecendo bairros da zona leste de Juiz de Fora. Além disso, é considerada uma área de grande importância, porque serve como objeto de estudo para pesquisadores e biólogos do país inteiro.
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