Dia Municipal pelo Desarmamento reúne vereadores e sociedade civil organizada O painel realizado hoje (22/09), Dia Municipal pelo Desarmamento pela Paz e Solidariedade, na Câmara, reuniu vereadores, estudantes, educadores e líderes comunitários. A data, criada através de lei do vereador José Sóter de Figueirôa (PMDB), mostrou uma grande polêmica em torno do tema. O evento é preparatório para o referendo do dia 23 de outubro, quando a população vai responder Sim ou Não à pergunta: O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?
O peemedebista revelou estar estudando o assunto amplamente, colocando-se a favor do desarmamento. Figueirôa informou que ocorrem, no Brasil, cerca de 40 mil mortes por armas de fogo ao ano e que 60% desse total são por motivos fúteis, fazendo “uma verdadeira defesa pela vida”.
O cientista político André Gaio entende que o Sim no referendo não visa apenas reduzir a criminalidade, mas principalmente a violência. Ele revela que muitas das armas na posse de criminosos, foram roubadas de pessoas de bem, informando ainda que o grande número de homicídios tem repercussões negativas na estrutura familiar, no PIB, na saúde, na segurança e na economia pessoal.
A decisão da OAB/JF a favor do Sim no referendo foi manifestada pelo diretor Wagner Parrot, que defendeu uma discussão ampla sobre o assunto. O advogado disse que apenas a proibição não será capaz de resolver a criminalidade e levantou questões sobre as condições em que a defesa dos cidadãos é realizada.
O presidente do PMDB na cidade, Luis Carlos de Carvalho, vê o Sim no referendo como um passo importância pela redução da violência. Ele lembra que, em alguns locais, a campanha pelo desarmamento conseguiu reduzir as mortes em até 20% e que as quadrilhas que buscam armas no exterior devem ser combatidas pela Polícia Federal.
O trabalho pelo desarmamento deve, na visão do diretor da Faculdade Vianna Júnior, Miguel Bechara, ser realizado em conjunto com outras campanhas: pela fome zero, por mais educação e emprego e garantia dos comerciantes exercerem sua função.
A coordenação dos trabalhos do painel foi realizada pelo vereador Flávio Cheker (PT). Como presidente, ele informou que a Comissão de Direitos Humanos do Legislativo é contrária à venda de armamentos, seguindo o princípio elementar da afirmação da vida.
O vereador Oliveira Tresse (PMN) também se manifestou a favor do desarmamento, mas votará contra o fim do comércio, em função da realidade nacional. “Quando alguém quer praticar o delito, pode usar uma arma branca ou outro instrumento”, argumentou.
João do Joaninho (PRP) defendeu a melhoria da estrutura da Polícia, lembrando que cabe à instituição proteger os brasileiros. Ele fez cobranças aos Governos Federal e Estadual nesse sentido. José Emanuel (PMN) entende que os cidadãos deveriam ter direito a votar ou não, mas reconhece que a sociedade está despreparada para assumir uma postura nesse sentido. Isauro Calais (PMN), por sua vez, não tem dúvidas de que o país avançará a partir do investimento em educação.
Também participaram do painel representantes do Centro de Atenção ao Cidadão (CAC) da Câmara, da PM, do Corpo de Bombeiros, das Secretarias de Política Social e da Educação e do Colégio Militar.
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