Castelar defende policiamento comunitário Os moradores do Marumbi, Milho Branco, Vila Esperança I, Bonfim, Benfica, Monte Castelo usaram a palavra durante a audiência pública realizada hoje (21/05) por solicitação do vereador Wanderson Castelar (PT) para reclamar do fechamento de postos policiais nesses bairros e pedir a sua reativação. Castelar, que se posiciona como um defensor da ideia, alerta para o aumento dos índices de violência, principalmente na periferia, nos últimos anos. “Observamos uma mudança no cenário da cidade. A violência deixou a área Central e passou para a periferia. A presença efetiva da PM nos bairros é essencial para a prevenção”, disse.
O posto de Monte Castelo, onde reside Castelar, encerrou as atividades há mais de cinco anos, mesmo diante da resistência da comunidade. “Cresci conhecendo os policiais que prestavam serviço no meu bairro. Havia laços de amizade e respeito. Sabíamos que se houvesse algum desvio de comportamento, eles interviriam para nos corrigir. Se necessário, nos levavam em casa e conversavam com nossos pais,” relatou.
O comandante do policiamento no Centro, capitão Wallace Brandão, fez uma exposição sobre estratégias adotadas como o programa Se Essa Rua Fosse Minha. A segurança envolve um policial por quarteirão, quatro viaturas preventivas, três moto, duas unidades táticas móveis, dois postos –nos Parques Riachuelo e Halfeld – além do Grupo de Orientação Escolar (GOE). Os pontos críticos foram mapeados e os crimes violentos acompanhados. O resultado foi a queda acentuada. Em 2006, o número era de 892, em 2008 foi de 303. A expectativa é que 2009 seja encerrado com 263. “A situação está sob controle, com ênfase na prevenção”, afirmou capitão Wallace.
A apresentação levou Castelar a observar que no Centro está sendo desenvolvido policiamento comunitário e questiona o porquê de a receita que deu certo não estar sendo usada também nos bairros. “O posto é uma cidadela do Estado, uma proteção aos homens de bem”, disse, revelando disposição de sensibilizar a cúpula da PM, em Belo Horizonte, pela mudança de rumo em Juiz de Fora. “Se continuar da forma atual, dia-após-dia os bairros serão manchetes negativas dos jornais,” alertou.
Vários vereadores se manifestaram sugerindo medidas capazes de reduzir a criminalidade. A necessidade de reativação de programas sociais como o Bom de Bola Bom de Escola, Casa do Pequeno Jardineiro, Trilhos da Paz e dos cursos pré- universitários comunitários foi enfatizada. A escola em tempo integral é outra medida considerada eficaz.
O comandante da 4ª Região de Polícia Militar, Alexandre Nocelli, detectou a ansiedade da população e que o trabalho da corporação tem base científica. “Já nos conscientizamos que a repressão ao crime não é suficiente. É necessária prevenção e mudanças de indicadores sociais e de distribuição de renda”, disse. |