Publicada em: 21/03/2006 - 394 visualizações

Audiência prepara documento de combate a discriminação racial

Audiência prepara documento de combate a discriminação racial (21/03/2006 00:00:00)
 

Audiência prepara documento de combate a discriminação racial

       “Solicito que essa audiência pública seja transformada num documento de apoio aos movimentos que lutam pela dignidade dos negros” A proposta foi do vereador José Sóter de Figueirôa Neto (PMDB), autor do requerimento pedindo uma reunião para debater com a sociedade organizada políticas públicas de valorização da população negra.
       O encontro aconteceu hoje, dia 21 de março, data em que se celebra o Dia Internacional para Eliminação da Discriminação Racial. “Essa data foi escolhida, não somente para ser um dia de amplas discussões sobre o tema, mas também para servir de reflexão sobre o preconceito que a população negra ainda sofre”, disse o peemedebista.
        Para a presidente do Conselho Municipal para a Valorização da População Negra, Dagna Gonçalves Costa, a audiência serviu para pontuar uma direção aos movimentos de negros no município. “É preciso resolver uma equação de 400 anos de discriminação e barbaridades contra a população negra. Na saúde, na educação, na política, enfim, em todas as instâncias da sociedade é preciso repensar essa questão. O povo negro não pode continuar a ser proponente, mas sim, protagonista da nossa história”, disse.
       Paulo Azarias, do Movimento Negro Unificado, compartilha da opinião da presidente do Conselho. Ele acredita que a resistência do povo negro é o que faz a luta pela igualdade racial ser uma realidade e respeitada por todos.
       Para o secretário de Políticas Sociais, Barbosa Júnior (PTB), a administração pública tem se esforçado para diminuir o impacto social que a discriminação contra a comunidade negra tem provocado. Para ele, o caminho é o fortalecimento dos movimentos representativos, através de ações de inclusão social como o aumento do número de vagas para os negros no mercado de trabalho, em concursos públicos e nas escolas e universidades.
       De acordo com dados do Governo Federal, no Brasil, existem 51 milhões de pobres, desta parcela 67% são negros, 2% dos universitários e 57% das mulheres negras trabalham como domésticas. “Os dados são alarmantes. Até quando estaremos coniventes com esta situação”, disse Figueirôa, e completa: “apesar de décadas de esforços para erradicar este problema, o racismo continua a infectar as relações e as instituições humanas, em todo o mundo”.
       Para a representante da secretaria de Educação, Giane Elisa Sales de Almeida, que trabalha no Departamento de Atenção e Educação da Diversidade da prefeitura, a discriminação institucionalizada é a pior doença da sociedade. Para ela, a violência racial direta e indireta, configura-se num desafio para as autoridades. “Ninguém pode ser neutro na luta contra esta intolerância”, afirmou.
       

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