Vereadores debatem sobre qualidade do leite em Juiz de Fora A Câmara Municipal realizou audiência pública a fim de discutir o problema do leite adulterado e sua distribuição em Juiz de Fora. “Inúmeras vezes ocupei essa tribuna para alertar sobre o grave problema do leite longa vida e a possibilidade de fraude. O leite em caixinha, como é conhecido, é proibido na Europa, até porque a embalagem não se degrada na natureza, já no Brasil, seu consumo cresceu mais de 700 % nos últimos anos. Com isso, são os produtores rurais que mais passam por dificuldades, pois a população, temendo tomar leite, diminui o consumo e o preço acaba baixando na produção”, diz Novy.
O vereador ainda alertou para o fato de muitos produtos serem colocados à venda a preços tão baixos que chegam a chamar a atenção. “Não é possível um leite de caixinha ser vendido a R$0,90 ou R$1,00 enquanto só a embalagem custa cerca de R$0,60. Temos que voltar a consumir o leite de saquinho é mais barato, mais saudável e de boa qualidade”, afirmou.
O presidente da Associação dos Produtores Rurais, Izalino Clemente, atestou que o leite produzido em Juiz de Fora é de boa qualidade. “O leite pasteurizado dura, no máximo, quatro dias na geladeira, imagine a quantidade de produtos químicos que leva um leite, para durar seis meses”, disse.
O diretor do Instituto Cândido Tostes, Gerson Occhi, cumprimentou Eduardo Novy pela iniciativa da audiência e esclareceu que o problema da leite fraudado sempre foi pesquisado pela instituição e que “o fato do problema ter vindo à tona mostra que o instituto estava no caminho certo.” Ele alertou para que os consumidores tomem certos cuidados ao comprar o leite, atentando, principalmente, para os preços muito baixos, que devem gerar desconfiança. “Mas é importante que os consumidores não voltem a consumir o antigo leite de carrocinha, porque não é pasteurizado, e pode provocar diversas doenças”, alertou.
Vários técnicos falaram sobre o assunto e todos foram unânimes em alertar os consumidores para que consumam leite somente com os selos de controle de qualidade, municipal, estadual e federal. O Secretário de Agropecuária e Abastecimento, Marcelo Detoni, informou que Juiz de Fora tem apenas uma indústria de beneficiamento de leite de saquinho, conhecido como barriga mole, as outras empresas são produtoras de queijo minas. “Todas são constantemente fiscalizadas e recebem o nosso selo de inspeção municipal, o SIM. Posso garantir que o leite produzido e embalado em Juiz de Fora é de boa qualidade”, afirmou. |