Publicada em: 20/10/2005 - 392 visualizações

Audiência discute educação inclusiva

Audiência discute educação inclusiva (20/10/2005 00:00:00)
 

Audiência discute educação inclusiva

       “Um elo de comunicação entre a Secretaria Municipal de Educação, a comunidade e o Governo do Estado. Esse foi o papel do Legislativo nesta reunião. Apesar de avanços, ainda é necessária uma maior avaliação e atenção às propostas apresentadas por profissionais de diversas áreas sobre educação inclusiva em nosso município. Não podemos deixar que excelentes projetos se percam em gavetas ou em discursos sem concretização”. O pronunciamento foi do vereador José Sóter de Figueirôa Neto (PMDB) autor do requerimento convocando audiência pública para abordar a situação dos portadores de deficiências nas escolas e em cursos de Juiz de Fora.
       
       A reunião acabou assumindo um tom de criticas em relação à falta de contratação de profissionais capacitados para lidar com os deficientes. “O meu medo é discutirmos um assunto tão sério como esse e nada se fazer. Os representantes dos governos Estadual e Municipal precisam ficar atentos para que a educação inclusiva seja uma realidade”, disse Figueirôa, que ainda lembrou as várias leis elaboradas pela Câmara que não estão sendo cumpridas, uma delas a que obriga os órgãos e repartições públicas a terem funcionários treinados na linguagem dos surdos, chamada Libras, linguagem brasileira de sinais..
       
       Uma questão bastante delicada, na opinião do peemedebista, é a realidade das Escolas Estaduais Clemente Mariane e Maria das Dores de Souza. De acordo com a representante da Superintendência Estadual de Ensino, professora Sônia Aparecida de Oliveira, as instituições poderão, a partir de janeiro, não mais receber alunos portadores de deficiências, maiores de 21 anos. “É muito grave a situação desses estudantes, porque muitos não sabem o que vão fazer, se o Governo do Estado adotar essa medida”, disse Figueirôa. “Historicamente os deficientes são discriminados em nossa sociedade, mas não podemos perder de vista que eles fazem parte de uma parcela, considerável da população. É necessário o investimento na capacitação de profissionais, para que os portadores de deficiências possam ser inseridos na sociedade, que é direito deles”, afirmou o legislador.
       
       Para a secretária de Educação, Regina Célia Mancini, o problema é “bastante simples de se resolver. Se houver um entendimento entre o município e o Estado, poderemos aproveitar o espaço dessas escolas, para a construção e adequação de um Centro de Convivência destinados aos portadores de deficiências. Neste local, eles poderão fazer cursos profissionalizantes, além de atividades voltadas para o esporte, arte e lazer. Não queremos uma instituição que apenas acolha os deficientes e sim um lugar onda haja o fomento da educação inclusiva”, disse a representante do Executivo. Ela ainda informou que a Prefeitura de Juiz de Fora tem desenvolvido uma série de projetos voltados para a educação inclusiva como a assinatura de convênios com Ongs especializadas, campanhas de conscientização e esclarecimento sobre os direitos dos portadores de deficiências. Além disso, o Executivo tem realizado cursos de capacitação profissional para professores e educadores que lidam com deficientes no seu dia-a-dia.
       
        Figueirôa pediu aos representantes das administrações Estadual e Municipal atenção especial aos projetos e leis de educação inclusiva, para que eles sejam cumpridos. “Essa foi uma audiência diferente, com uma platéia incomum que aguarda uma solução para os seus problemas. São cidadãos que possuem os mesmos direitos e deveres de todos os outros e podem representar uma parcela considerável no mercado de trabalho, se, é claro, houver conscientização dos governantes para oferecerem oportunidades reais”, concluiu.
       

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