BR-440 mobiliza região do Mariano em Câmara Itinerante

       A saúde, o saneamento básico e principalmente as repercussões que a passagem da BR-440 traria para as imediações do Mariano Procópio, caso a obra seja estendida, preocupam os moradores da região. Os temas foram levantados na Câmara Itinerante realizada na Escola Estadual Antônio Carlos. Os vereadores ouviram lideranças e moradores dos bairros Democrata, Fábrica, Mariano Procópio e Vale do Ipê, manifestaram solidariedade e registraram todas as reivindicações para encaminhamento ao Executivo.
        Julio Gasparette (PMDB), residente à rua Benjamim Guimarães, alertou o poder público sobre a necessidade de diálogo com a comunidade em torno da BR-440, ponderação reforçada por Roberto Cupolillo (Betão-PT). O petista lembrou que o projeto original prevê um viaduto próximo ao Museu Mariano Procópio. O traçado da estrada e seus impactos foram tema de Audiência Pública na Câmara Municipal, quando foi informada a inexistência de um projeto concluído para a região do Mariano. O presidente Bruno Siqueira (PMDB) tem informações extra-oficiais de que as obras serão restritas a São Pedro e que sua continuidade dependerá de novos estudos. Noraldino Jr. (PSC) disse ter tido acesso a mesma informação.
        Flávio Cheker (PT) demonstrou otimismo com a notícia, mas enfatizou a necessidade de os moradores manterem a mobilização e defendeu mais uma Audiência Pública para tratar do assunto. Ele observou que a maioria da população já se manifestou contrária a obra. A BR foi considerada por José Sóter de Figueirôa (PMDB) “um desastre sob o ponto de vista urbano, social e ambiental. Trata-se de uma rodovia e não uma via de ligação de bairros”. Wanderson Castelar (PT) disse que, como projetada, a BR-440 “é descabida. Há outras obras mais necessárias, como drenagem. Quando chove, é praticamente impossível transitar pela rua Coronel Vidal”.
        O secretário de Obras Jefferson Rodrigues Júnior esclareceu que a obra está incluída no Programas de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo Federal. Ele tem conhecimento da concessão de licença ambiental para desenvolvimento do projeto até Borboleta e tranqüiliza os moradores quanto ao viaduto ao assegurar a não execução da obra.
        Um assunto recorrente nas Câmaras Itinerantes também foi levantado em Mariano Procópio. Os moradores reivindicam a instalação de uma Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS). Dr. José Tarcísio (PTC), morador do Manoel Honório, vem tentando há anos uma policlínica, obra ainda não concretizada.
        Antônio Martins (Tico-Tico-PP) fez uma análise da situação na cidade. Ele falou sobre a falta de estrutura do HPS ao relatar o drama de uma senhora de 76 anos na unidade há 30 dias aguardando por uma cirurgia. Ainda alertou sobre a necessidade das UAPS estenderem o atendimento até às 22 horas e da criação de mais unidades, uma das quais em Nossa Senhora das Graças.
        Chico Evangelista (PP) levantou as dificuldades criadas aos bairros cortados pela linha férrea. O lixo acumulado nas proximidades, calhas no entorno entupidas o levam a alertar sobre a possibilidade de proliferação do mosquito transmissor da dengue. O vereador tem participado de reuniões com a MRS Logística em busca de melhorias como o muro do Centro até o Cerâmica. Também integra o movimento contrário ao fechamento da passagem de nível na altura do São Dimas.
        O secretário de Transportes, Márcio Bastos, falou sobre propostas de intervenção na Avenida dos Andradas, envolvendo o alargamento dos passeios. Ele informou ainda sobre a existência de um plano diretor para a cidade, com execução adiada em função de recursos interpostos pelo Tribunal de Contas do Estado.