Câmara realiza audiência pública para discutir funcionamento do CESU A chefe do Departamento de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação DEJA - da PJF, Suely Dulce Cardoso da Silva, afirmou que o Executivo vai continuar promovendo as modificações que julgarem necessárias para a melhoria do ensino em Juiz de Fora, principalmente no que diz respeito ao do supletivo semipresencial - CESU. Essa foi a temática da discussão da audiência pública de hoje, 18//08, convocada pelo vereador Isauro Calais (PDT).
Vários alunos usaram a palavra para falar da possível extinção do CESU. Eles afirmaram que o hoje o curso atende a 15 comunidades na região de Santa Luzia, com população de cerca de 50 mil habitantes. Eles ainda afirmaram que, atualmente, são atendidos 236 alunos inscritos, só na Escola Municipal Professor Osvaldo Veloso. Em carta entregue aos vereadores os alunos afirmam, que só através do CESU, com o projeto semipresencial, nós podemos sonhar em conseguir um diploma e torná-lo realidade.
Os professores também se manifestaram contrários às mudanças já que teriam seus horários modificados no meio do ano letivo e muitos lecionam em mais de uma escola. O vereador Isauro Calais, afirmou que muitos alunos estão ali porque precisam estudar e não têm condições financeiras de freqüentarem salas de aulas convencionais. São pessoas que necessitam trabalhar, às vezes, por turnos ingratos para sustentarem suas famílias e não podem estar presentes nos horários convencionais.”
O vereador Paulo Rogério dos Santos (PMDB), afirmou que enquanto houver demanda o ensino deve ser oferecido e ironizou: Isso só vai acabar daqui há 20 ou 30 anos, quando todos alunos em idade escolar puderem estar dentro das salas de aula estudando regularmente, para quando atingirem a idade adulta não precisarem ter um CESU.
Quanto à explicação da Secretaria Municipal de Educação de que as freqüências são baixas, a vereadora Rose França (PTB) afirmou que Se é semipresencial, então a freqüência não é obrigatória. Mas eu defendo mais rigor nas provas e sou a favor também que sejam abertos cursos profissionalizantes. O vereador José Sóter de Figueirôa (PMDB) lamentou que em pleno século XXI ainda existam pessoas analfabetas e semi-analfabetas necessitando deste tipo de atendimento, enquanto Flávio Cheker (PT) defendeu que o aprendizado não se dá apenas nas salas de aula e o trabalho do professor também não se mede apenas pelo cumprimento da carga horária. Estamos trabalhando com um equívoco de paradigmas, afirmou.
Já o vereador Eduardo Novy (PRP) apoiou a solicitação dos professores pela não modificação de horários no meio do ano letivo. Ele, e seu colega de partido, vereador João do Joaninho, pediram a abertura de cursos supletivos e pré-vestibular na zona rural da cidade, que de acordo com eles, está muito mal atendida em relação ao ensino em geral.
Suely Silva defendeu que o remanejamento foi necessário devido a pouca freqüência em alguns postos de atendimento do CESU e a necessidade de atender demandas em outros locais da cidade. Ela prometeu não fazer modificações até o final do ano. Mas os vereadores solicitaram que caso haja alguma mudança, seja comunicada antes à Câmara, para que seja formada uma Comissão Especial de Vereadores para avaliar e estudar, junto com a prefeitura, as modificações.
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