Publicada em: 17/11/2011 - 103 visualizações

Fórum debate história da África no currículo escolar

Fórum debate história da África no currículo escolar (17/11/2011 00:00:00)
 

Fórum debate história da África no currículo escolar

       O reconhecimento do Brasil como país plural e multiético pela lei 10.639 de 2003, que determina o ensino de literatura e história da África no currículo escolar, foi considerado um avanço. As dificuldades enfrentadas para execução do dispositivo foram abordadas no 1º Fórum de Cultura Popular e Identidade Racial, aberto pelo presidente da Câmara, Carlos Bonifácio (PRB), que disse se orgulhar da luta “para que a cor da pele não seja obstáculo na busca por ideais e alcance de objetivos”.
        A lei surgiu de uma demanda do movimento negro por políticas públicas voltadas para o segmento, aliada a ações afirmativas. Eneida de Souza Lopes, Mestre em Educação pela UFJF, entretanto, detecta descompasso entre a formação docente e a prática pedagógica. A amplitude do trabalho das escolas e professores em torno do tema depende do seu vínculo com a questão racial. “Somos desiguais e precisamos aprender a conviver com as diferenças”, afirmou.
        A importância de referências positivas do pertencimento étnico de cada um foi ressaltada pela pedagoga Carolina dos Santos Bezerra Perez, Mestre e Doutoranda em Educação pela USP. Ao falar sobre Oralidade, Memória e Ancestralidade nas Culturas Populares, ela chamou atenção para a hierarquização da cultura popular, da cultura erudita e da cultura de massas no Brasil, que tem como consequência também a hierarquização dos recursos. “As culturas precisam ter o mesmo valor”, assinalou, provocando reflexões: “Quais artistas e atores negros assistimos nos programas de televisão? Como era ensinada nas escolas a história dos negros? Quais referências de intelectuais, artistas, médicos, advogados, poetas e escritores negros tivemos na nossa trajetória escolar?”
        A quebra do mito da democracia racial foi mencionada por outro palestrante, Renato Chaves Ferreira, Mestre em Direito Constitucional pela UNB e Professor Assistente da Faculdade de Direito da UFJF. Ele pondera sobre conflitos quando a lei começar a ser aplicada nas universidades em função da independência da cátedra, assegurada pela Constituição de 88.
        A Mesa Redonda, logo após as palestras, foi formada por Adenilde Petrina Bispo, graduada em Filosofia e coordenadora da Rádio Comunitária Mega FM, e Lauro Higino Maria da Silva, advogado, licenciado em Filosofia pela UFJF.
       Programação desta quinta-feira
        O Fórum prossegue nesta quinta-feira (17/11), a partir das 19h, com o tema Políticas Educacionais e Ações Afirmativas. Haverá palestras com Julvan Moreira de Oliveira, graduado em Filosofia, Mestre e Doutor em Educação pela USP e professor adjunto da Faculdade de Educação da UFJF; Marina do Nascimento Neves Felizardo, Mestre em Educação e convidada do curso de Pedagogia à Distância da UFJF e Afonso Elizabete de Oliveira, graduado em Artes pela UFJF, Especialista em Restauração de Obras de Arte pela UFMG, Mestre e Doutorando em Estudos Literários pela Faculdade de Letras da Federal de Juiz de Fora. Maria Elizabete de Oliveira, psicóloga, Mestranda em Educação e Pró-Reitora de Assuntos Estudantis da UFJF atuará como mediadora.
        Após o debate será formada uma mesa redonda com a participação de Cristiano Andrade de Oliveira, membro da Fundação Cultural Evaílton Vilela; José Tadeu Júlio da Silva, graduado em História; Paulo Mariano, psicólogo da Coordenação de Apoio Estudantil da UFJF e MPA em Administração Pública e Gerência de Cidades e Lauro Higino Maria da Silva, advogado, licenciado em Filosofia pela UFJF.
       

 


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