Audiência debate campanha da fraternidade A audiência pública desta quarta-feira (17/03) discutiu a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010. Com o tema “Economia e Vida” e o lema “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”, a campanha foi debatida por iniciativa do vereador Flávio Cheker (PT) e reuniu diversas entidades representativas.
O vereador destacou que hoje temos em todo país o movimento de economia solidária, que visa a construção de nova rede de ações. Isto com um novo foco nas relações entre o capitalismo para permitir aos segmentos mais fragilizados se organizarem. “É um novo enfoque para privilegiar a pessoa e não o lucro. A idéia dessa audiência é unir as duas pontas e trazer experiências práticas”, disse. O representante da igreja católica, padre Luiz Carlos de Paula, declarou que a campanha denuncia a acumulação e estimula a cultura da partilha.
Flávio Cheker afirmou que esta audiência foi funcional para despertar para as iniciativas já em curso hoje que podem ser melhoradas. Nesta perspectiva, ele destacou a expectativa que cerca o restaurante popular, que terá envelopes da licitação abertos no próximo dia 27. Ele enfatizou que é fundamental que olhem esta questão com empenho. Flávio destacou ainda a necessidade da viabilização da lei que cria o Sistema Alimentar Nutricional do município, pedido referendado por representantes da Cáritas e pela presidente do Conselho de Segurança Alimentar, Betina Koyro. Ela disse que 23 mil habitantes na cidade passam fome com regularidade. “A insegurança alimentar está ligada a falta de renda. Precisamos de empregos dignos”, disse, lamentando os índices em Juiz de Fora.
O vice-presidente da Cáritas Arquidiocesana, Wellington Alves, destacou que a entidade faz parte da igreja católica e se mostra atenta às desigualdades sociais. E disse que a discussão de coisas concretas é o desafio. Nesta perspectiva, ele cobrou a necessidade da lei que cria e regulamenta o funcionamento do restaurante popular e como vai ficar a gestão do restaurante.
Flávio Cheker citou ainda a necessidade de discussão com maior rigor de questões ligadas à economia popular. E citou a Associação Municipal dos Catadores de materiais Recicláveis e Reaproveitáveis de Juiz de Fora (Ascajuf), que está com uma série de problemas estruturais. “Com maior apoio, estes problemas podem ser resolvidos”, disse.
O representante da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (Intercoop) da Universidade Federal de Juiz de Fora, Petrônio Barros, informou que suas atividades vêm sendo prejudicadas pela sazonalidade dos programas federais, que inviabilizam a injeção regular de recursos. Ele explicou que houve uma mudança na estrutura da Intercoop que permitiu uma abertura maior para diálogo e novas parcerias.
A assessora do movimento de economia solidária, Sônia Rocha, disse que a audiência é uma oportunidade de conferir visibilidade a esses empreendimentos que geram trabalho e renda para muitas pessoas e passam despercebidas da maioria da população. O coordenador geral do Movimento de Economia Solidária, Jorge Luís, esclareceu que um ideal possível é alcançar novos atores, como, por exemplo, dar novas perspectivas de vida a um catador.
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