|
Construção de nova escola em Torreões é tema de audiência pública Uma comissão especial para tratar sobre a construção de uma nova sede para a Escola Municipal Dom Justino será pedida em requerimento dirigido pelo vereador João do Joaninho (PRP) ao presidente da Câmara Vicentão (PTB). Para ele, os poderes constituídos precisam estar atentos aos problemas das comunidades rurais que, na sua maioria, são esquecidos pela administração pública. “Pedimos o apoio do Executivo e a parceira da população no fortalecimento de um dos seus pilares mais importantes, a educação”, disse João do Joaninho, que vem lutando para que o Distrito de Torreões tenha uma nova escola municipal. O legislador ainda alertou para os perigos da evasão escolar. Na sua opinião, estudantes que moram longe, muitas vezes deixam de freqüentar as aulas por não terem recursos para o transporte. “Uma nova sede, mais perto dos núcleos populacionais, seria uma solução eficaz”, completou.
O assunto foi tema de audiência pública na Câmara nesta quinta-feira, 17/03, e contou com a participação da gerente de Educação Básica, Regina Mancini, a diretora da Escola Dom Justino, Maria Amélia Fernandes e a coordenadora do Núcleo Escolar da Prefeitura, Maria Marta Raposo.
De acordo com a diretora, a instituição já existe há 35 anos e nunca passou por ampliação. “Na época, a Dom Justino tinha sido projetada apenas para receber duas turmas. Suas instalações eram modernas e amplas e comportavam o número de estudantes. Hoje, são 250, estudando em salas improvisadas e sem estrutura física adequada para recebê-los”, afirmou Maria Amélia.
A biblioteca virou sala de aula e de atividades interativas. Na secretaria, funciona a sala dos professores, tirando a privacidade da diretora, quando precisa tratar de um assunto mais delicado. No pátio, aulas de educação física e de dança. Quando chove ou faz muito calor, as crianças são dispensadas das atividades. A escola não tem um refeitório, a merenda é servida dentro das salas de aula. Algumas não têm janelas amplas e nem ventilação. Os alimentos são acondicionados de forma inadequada, os cômodos estão cheios de mofos e fungos. O reboco da parede está caindo, os tacos estão soltos e algumas carteiras quebradas. As únicas obras realizadas na instituição foram emergenciais e com fundos de ações da própria comunidade.
João do Joaninho informou que o terreno para a construção da nova sede da Escola Dom Justino estava sob ação judicial desde 2001 e somente agora foi liberado e entregue à comunidade. Ele disse ainda, que as obras já estão previstas no Orçamento Participativo-Exercício 2005, aprovado pela Câmara. O valor estimado do projeto era de R$ 900 mil. “A comunidade necessita da construção de uma nova escola com urgência, principalmente porque o prefeito Alberto Bejani (PTB) já tem planos de implantar o ensino de 2º grau no Distrito”, disse. A nova escola teria 11 salas com capacidade para receber 1500 alunos do ensino fundamental, médio e preparatório para o vestibular.
Para a gerente de Educação Básica, a situação é muito delicada. Ela afirmou que a Escola Municipal Dom Justino já está prevista na planilha de obras do Executivo, mas que ainda é preciso uma análise detalhada do projeto. O orçamento inicial seria de R$ 1,2 milhão e não R$ 900 mil como o previsto. Outro ponto discutido pela representante da prefeitura é o número de alunos em relação ao espaço. Regina acredita que construir uma escola nos moldes do projeto inicial, para 1500 alunos, numa localidade como Torreões, seria uma previsão de excesso de demanda. “Em Torreões não existe quantidade grande de estudantes para suprir o número de vagas que seria oferecido”. Mas Regina defende a ampliação da escola para maior conforto dos alunos e afirma que a situação deve servir de estímulo para melhorar a qualidade da educação na Zona Rural.
|
