Publicada em: 14/06/2005 - 533 visualizações

Rebelião leva vereadores à Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires

Rebelião leva vereadores à Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires (14/06/2005 00:00:00)
 

Rebelião leva vereadores à Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires

       A presença, na tarde de hoje, 14/06, dos vereadores Flávio Cheker (PT) e
       Bruno Siqueira (PMDB), integrantes da Comissão de Direitos Humanos da
       Câmara, na Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, no bairro Linhares,
       sinalizou a preocupação do Legislativo com a fragilidade do sistema
       carcerário do Estado.
       
       Desde sábado, dezesseis pessoas, entre elas, dois agentes penitenciários,
       uma criança de 10 anos, um adolescente e duas gestantes são mantidas como
       reféns de 112 detentos, do Pavilhão dois. A rebelião teve início por seis
       presos, que exigem às suas transferências para a Penitenciária Nelson
       Hungria, em Contagem.
       
       Negociações delicadas. O clima dentro da Ariosvaldo Campos é tenso. Comida,
       luz e água foram cortadas e bombas de efeito moral são acionadas na intenção
       de vencer os rebelados pelo cansaço.
       
       Os presos, que lideram o motim, ampliaram as exigências pedindo o
       afastamento do diretor da unidade prisional, José Pinto de Oliveira, e dos
       funcionários em cargos de chefia. Eles querem ainda melhoria da assistência
       jurídica, médica, social e odontológica, cumprimento do direito ao trabalho
       e à oportunidade de estudo.
       
       “É preciso modificar a estrutura do sistema carcerário brasileiro, para que
       se possa pensar numa forma de devolver os detentos à sociedade. Uma das
       ações seria a construção de casas de recuperação, com programas destinados a
       ressocialização dos presos”, afirmou o petista, que é o presidente da
       Comissão de Direitos Humanos do Legislativo.
       
       Para Bruno, a Câmara vai estar atenta ao problema, que precisa ser resolvido
       na sua raiz, através da elaboração de uma política de segurança pública que
       envolva os poderes e toda a sociedade. “Precisamos criar meios que possam
       dar suporte ao trabalho de reintegração dos detentos, devolvendo à sociedade
       cidadãos capazes de produzir no mercado de trabalho”, disse.
       
       Os legisladores conversaram com o diretor da Penitenciária, que explicou
       toda a estratégia para vencer os rebelados. “Estamos utilizando bombas de
       efeito moral, sirenes, luzes e até o helicóptero da PM na tentativa de
       vence-los pelo cansaço. Além disso, eles estão sem água e comida”, explicou
       José Pinto. Os presos Paulo José de Moura, Glauco Ribeiro Lima, Olivaldo
       Gomes da Silva, Arley Oliveira Assis, Gustavo Maria França e Aldair José dos
       Santos, líderes do motim, já começam a dar sinais de cansaço, mas mesmo
       assim, ainda não sinalizaram avanços nas negociações.
       
       Para os vereadores, a rebelião na Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires,
       mostra a fragilidade das políticas de segurança adotadas pelo país. “O
       problema cresce à medida que não se implantam projetos que possam educar,
       tirar nossas crianças e nossos jovens das ruas, do ócio e ainda, que não dão
       suporte a ações de ressocialização dos presos, porque é preciso
       recupera-los, até mesmo para tira-los das contas públicas”, afirmaram.

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