Quando o João Pedro Messias chegou, na tarde desta quarta-feira, ao Instituto de Ciências Humanas da UFJF para participar de mais um grupo de trabalho do Parlamento Jovem (PJ), ele sabia muito bem a proposta que iria defender. João quer contraturno cultural. Para o estudante de 17 anos da Escola Estadual Antônio Carlos, atividades culturais vão preparar os jovens ainda mais para a vida. “Eram cinco projetos e escolhemos três. Explorar a parte cultural é muito importante para que possamos melhorar a cultura e a nossa relação [da juventude] com ela”, avalia.

O Parlamento Jovem funciona a partir da discussão de um tema central. Este ano é “Juventude e Direitos Culturais”, que é subdividido em três subtemas:  “A juventude e a cultura como direito”, “A organização das políticas culturais e a participação social” e “Patrimônio cultural, desenvolvimento e cidadania”. João Messias é autor do projeto da escola, que está dentro de “Juventude e a Cultura como Direito”. 

Experiência

Ao todo, mais de 40 alunos das cinco escolas da cidade estiveram presentes para o debate. Divididos em grupos relacionados aos três subtemas desta edição, os estudantes analisaram, discutiram e priorizaram as propostas. “Serão debatidas na Plenária Regional, na semana que vem. Dessas, são três para cada subtema deste ano”, explicou o coordenador do PJ pela Câmara Municipal, Marco Polo Germano. 

Lavínia Motta, 17 anos, é estudante da Escola Estadual Duarte de Abreu. Ela vê a cultura como instrumento para entender Juiz de Fora. “O PJ serve para a gente aprender a escutar o próximo e mudar as nossas ideias”, destaca, classificando a experiência como um “importante aprendizado”.

Os grupos de cada subtema elegem um relator, estudante responsável por coordenar o debate. No subtema “A organização das políticas culturais”, o escolhido foi Luiz Otávio da Rocha, do Colégio Politécnico Pio XII. Ele classificou o papel do relator como “o responsável por organizar as discussões e as decisões”. Para Luiz Otávio, é preciso “pensar no melhor para todo mundo. Afinal, não é só a gente que mora em Juiz de Fora”.

As nove propostas selecionadas serão discutidas e votadas na Plenária Municipal do PJ, etapa que define quais sugestões seguirão para a etapa regional. Dentre os projetos selecionados, estão a realização de visitas pedagógicas a espaços culturais, a criação de um aplicativo com programação cultural da cidade e até mesmo a realização de um intercolegial cultural na cidade.

Para o coordenador do PJ pela Universidade Federal de Juiz de Fora, Diogo Tourino, toda essa discussão é um exercício da democracia para os estudantes. “Este é um momento em que a gente pretende duas coisas. Que eles se tornem capazes de se abrir à discussão. Isto é democracia, estar aberto para outras discussões e opiniões. Além disso, é nessa etapa que eles se apropriam das propostas para que nas próximas etapas eles possam entender que os projetos foram construídos e elaborados por eles”.

O próximo encontro do Parlamento Jovem acontece no dia 11 de junho, na Câmara Municipal. Das nove propostas escolhidas, três serão as finalistas para o debate regional.

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