Ter o próprio negócio sempre foi o desejo de Luan de Assis Rosa, 32 anos. Depois de muitas tentativas, ele abriu um delivery de churrasco. Pai de dois filhos e produtor de eventos, trabalha com a família para garantir que a empresa cresça. Só que para chegar com a carne do jeito que o cliente gosta, ele precisou fazer muitas contas para montar o local do preparo e comprar as carnes para os churrascos. E para evitar uma dívida incontrolável, Luan procurou o Curso de Educação Financeira do Sedecon, oferecido nesta quarta-feira, dia 4 de junho. “Esse curso é muito importante pra mim para poder ser um empreendedor melhor. O dinheiro entra de um lado e sai do outro rápido e ter essa educação financeira é um experiência muito importante para mim como empreendedor” afirma Luan. 

O curso de Educação Financeira aborda desde a organização, hábitos nocivos, definição das metas e objetivos, poupança até a quebra de ciclos e paradigmas. A educadora financeira Luciana Santos, responsável pelo curso, disse que os modelos de gestão do próprio dinheiro são desenvolvidos dentro da família. “O rato entra na roda e não sai mais. Essa é uma analogia de quem está no endividamento. Nós, mulheres, desde cedo, escutamos que para ter dinheiro precisamos casar. E nos tornamos subservientes e não alcançamos a nossa autonomia e independência financeira. Isso é uma crença limitante. E precisamos quebrar esse paradigma porque não é uma verdade”, constatou.

Longe dos modelos

Débora Evangelista é professora de francês e participou do curso porque quer conquistar sua independência financeira e quebrar um ciclo familiar de endividamento. “Eu cresci vendo minha mãe e minha avó se endividarem. Não dá mais para dormir sem saber se vou conseguir pagar as contas, eu quero entender o dinheiro como ferramenta de liberdade”, afirmou a professora, reforçando que, historicamente, o modelo que é passado para as mulheres é da dependência financeira. “Nós, mulheres, fomos ensinadas a depender financeiramente de alguém. E este curso veio para me ajudar a conquistar a minha autonomia e independência financeira quebrando essas crenças limitantes”.

Luciana Santos diz que o Brasil ainda ocupa a 74ª posição no ranking mundial de países que têm educação financeira. Isso significa que o país está muito abaixo da necessidade para formar uma consciência de poupança. 

Um dos participantes do curso preferiu não se identificar, mas falou sobre a necessidade da formação financeira. “Esse curso será de extrema importância para poder superar o endividamento. Creio que sabendo já é difícil administrar suas finanças; sem saber, então, é praticamente impossível. Para mim educação financeira é algo que todos precisam saber”, afirmou, informando que pretende economizar para comprar a casa própria. 

O Serviço de Defesa do Consumidor atua também na negociação de dívidas com juros abusivos. Segundo Luciana, o serviço da Câmara Municipal tem constatado um crescimento dos superendividados. “Dívidas todos nós temos, mas o superendividado é aquele que já tem cerca de 70% da sua renda comprometida. Nós atendemos pessoas nessas condições diariamente, negociamos suas dívidas, parcelamos, mas passam uns meses e a pessoa volta, porque ela não foi educada financeiramente”, lembrou Luciana, afirmando que o curso serve justamente para evitar que as pessoas retornem para a situação de endividamento. 

O horário de atendimento do Sedecon é de segunda a sexta-feira, das 8h às 19h, no térreo do Centro Administrativo da Câmara Municipal (Rua Marechal Deodoro, 722, Parque Halfeld). Caso precise tirar dúvidas com a equipe do Sedecon, envie mensagem pelo número de WhatsApp (32) 99183-2872.

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