Publicada em: 04/04/2025 - 300 visualizações
A Câmara Municipal de Juiz de Fora realizou na tarde de sexta-feira, 4, o Seminário Cuidado em Rede, reunindo lideranças femininas para debater política de cuidados. O evento foi presidido pela vereadora Laiz Perrut (PT) e contou com palestras e troca de ideias entre as convidadas.
“Quando a gente fala de cuidado a gente tá falando da sobrecarga de trabalho das mulheres. Tem mais gente que cuida, mas majoritariamente quem está à frente dos cuidados de nossa casa são as mulheres, então a gente precisa começar a entender que o cuidado precisa ser compartilhado, tanto internamente quanto com os governos, que precisam compartilhar a política de cuidados com as pessoas”, defendeu Laiz.
A deputada federal Ana Pimentel (PT) contou que pela primeira vez na história foi aprovado um projeto de lei na Câmara dos Deputados reconhecendo o cuidado como direito. “A gente tem uma divisão do trabalho entre trabalho produtivo e o trabalho reprodutivo, que o cuidado é o centro dele. Estamos falando de coisas concretas, lavar, passar, cozinhar, cuidar dos extremos da vida, que precisam de mais cuidado. E hoje as mulheres ocupam o dobro de tempo de suas vidas com esses cuidados, quando comparado ao tempo dos homens”.
“O cuidado deve ser responsabilidade de todos e todas e um dever do Estado, assim como temos na Constituição que a Saúde e a Educação devem ser, o cuidado também deve ser”, defendeu a deputada, abrindo espaço para a participação da educadora Juçara Alves da Silva, que trouxe seu depoimento de quem vive em um equilíbrio delicado entre responsabilidades pessoais e profissionais. “O cuidado para mim é um ato de resistência, de amor pelo outro, é uma afirmação de que todas as vidas são dignas de atenção e respeito. É um reconhecimento de que é valoroso cuidar do outro, mas também é imprescindível poder cuidar de nós mesmas, construindo uma rede de solidariedade que fortalece a comunidade como um todo”.
A educadora trouxe exemplos práticos do que pode ser feito. “Precisamos de centros comunitários de cuidado, que ofereçam serviços de cuidados durante o dia para crianças, pessoas idosas e pessoas com deficiência. Precisamos de programas de formação para cuidadores, com técnicas de gestão de estresse e primeiros socorros, precisamos de apoio psicológico e de saúde mental, podendo incluir a terapia em grupo ou individual. Precisamos de flexibilização do trabalho com horários ajustáveis, trabalho remoto, licenças para cuidado, permitindo que os cuidadores mantenham suas carreiras enquanto atendem às necessidades de quem precisa. Precisamos de auxílios reconhecendo economicamente o trabalho de cuidado.”
A secretária nacional de Economia Autônoma e Política de Cuidados do Ministério das Mulheres, Rosane Silva, trouxe dados que ilustram o cenário no Brasil. Entre os brasileiros que estão fora do mercado de trabalho formal, 64% são mulheres. Dessas, “31% não estão procurando trabalho formal porque já têm o trabalho do cuidado ocupando todas as horas do dia, então elas não têm condições de procurar um trabalho formal. Entre os homens, esse percentual é de apenas 3,5%”.
Estiveram presentes também a vereadora Cida Oliveira (PT), as titulares das secretarias de Mulheres, Lourdes Militão; Assistência Social, Malu Salim; Desenvolvimento Urbano e Participação Popular, Cidinha Louzada; Igualdade Racial, Giane Elisa, entre outras lideranças.
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