A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara Municipal de Juiz de Fora reuniu geógrafos, biólogos, advogados, entre outros especialistas, para a leitura de uma carta aberta pela preservação de nascentes, mananciais e cursos d’água em Juiz de Fora. O Rio Paraibuna é um dos principais alvos da ação. A carta será encaminhada à Prefeita, à Presidência da Câmara Municipal, à Promotoria de Meio Ambiente de Juiz de Fora, à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas. O documento pede a imediata implementação da Lei nº 14.556/2023, que institui o estado de emergência climática no município, a criação de um Comitê Municipal, além da elaboração do Plano de Emergências Climática, entre outros.
“Se você sai do Carrefour e vai até a Garganta do Dilermando você só vai ver um curso d’água, que é o Paraibuna. E se você cruzar a Independência toda, você só vê também um curso d’água que é o Paraibuna” alertou o professor Pedro Machado, do departamento de Geografia da UFJF. “90% das ocorrências de enchentes são em locais onde no século XIX havia um córrego, um rio, uma lagoa”, alertou o professor.
O presidente da Comissão de Meio Ambiente, vereador Negro Bússola (PV), expressou sua preocupação com os excessos de chuva. “A posição da comissão é de ouvinte, mas com muita coerência, queremos levantar um assunto recorrente da nossa cidade que não é uma exclusividade desse momento. Fez frio intensamente, fez calor intensamente, e vai chover intensamente, a gente só não sabe quando. A nossa posição é fazer políticas públicas com mais eficácia pela natureza”. Também estiveram presentes as vereadoras Cida Oliveira (PT) e Kátia Franco (PSB), ambas membros da comissão.
No documento “Carta aberta - da Semana da Água”, está registrada a preocupação da comissão e do Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros dos Rios Preto e Paraibuna, e representantes de diversos segmentos da sociedade, com o futuro dos mananciais. “O ciclo da água está diretamente ligado ao clima. Assim, as mudanças climáticas que atualmente acontecem em todo o nosso planeta alteram o regime de chuvas, provocando aumento da ocorrência de eventos hidrológicos extremos, como inundações e longos períodos de seca. Esses eventos afetam a oferta de água, ameaçando o suprimento de recursos hídricos para todos”.
“Hoje, o acesso à água constitui-se num dos mais importantes limitantes fatores para o desenvolvimento socioeconômico em muitos pontos do planeta. A sua ausência, ou contaminação, leva à redução dos espaços de vida e ocasiona, além de imensos custos humanos, uma perda global de produtividade social. Em vários pontos do planeta existem competições pela posse e uso das águas, com conflitos geopolíticos e socioambientais, afetando e provocando a morte milhares de pessoas”, argumentam os autores.
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