Publicada em: 06/11/2023 - 906 visualizações

Audiência reverbera avanço do narcotráfico e crime organizado na Zona da Mata

Audiência reverbera avanço do narcotráfico e crime organizado na Zona da Mata (06/11/2023 00:00:00)
  • PM já realizou 7.296 prisões em Juiz de Fora só neste ano; inteligência da PC defende que, mesmo com interiorização da violência, em MG ainda há a soberania do Estado
 

O avanço do narcotráfico e suas facções criminosas na Zona da Mata foi tema da Audiência Pública (AP) realizada na tarde de segunda-feira, 6, na Câmara Municipal de Juiz de Fora (CMJF). O encontro foi solicitado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) a pedido da deputada estadual Delegada Sheila (PL), presidente da Comissão de Prevenção e Combate ao uso de Crack e outras Drogas da ALMG. Na Câmara, representantes das Polícias Penal, Civil e Militar de Minas Gerais, além de policiais federais e coordenadores da Força Tarefa de Combate ao Crime Organizado, destacaram ações de combate ao tráfico de drogas.

 

O objetivo da audiência foi trazer luz ao tema que vem preocupando a população da região. Em sua fala de abertura, Delegada Sheila foi enfática quanto ao problema que se apresenta, lembrando que o combate ao narcotráfico se dá em várias frentes de trabalho, como prevenção ao uso de drogas, principalmente com crianças e adolescentes, recuperação de dependentes químicos, e valorização das forças de segurança. “Todos os países que investiram em ampliar número de presídios e valorização de servidores hoje colhem os frutos de uma segurança pública muito melhor”. A deputada argumentou que a interiorização da violência traz uma preocupação com Juiz de Fora, pois “são muitas estradas vicinais, áreas rurais onde criminosos podem esconder drogas e armas, então precisamos ter um cuidado quanto a isso”. 

 

Há quatro meses a Polícia Civil instaurou uma força tarefa de combate ao crime organizado na região. O foco é sufocar as operações das quadrilhas combatendo lavagem de dinheiro e colocando nas ruas efetivo policial. O delegado Márcio Rocha, coordenador da força tarefa, lembrou que no Rio de Janeiro, com 1.400 favelas aproximadamente, em alguns pontos são necessários mais de 500 policiais para realizar uma operação. “O monopólio da força pertence ao Estado, e no Rio já foi perdido”. Na mesma linha, o delegado regional, Bruno Wink, trouxe dados do Atlas da Violência, mostrando a tendência dos últimos dez anos, de interiorização do crime no Brasil, e fez um alerta: “nós ainda temos um elemento importante que é o território. No Rio de Janeiro eles perderam o território, a polícia não consegue mais chegar” destacando que “aqui o Estado ainda tem soberania”. 

 

O Comandante da 4ª Região da Polícia Militar de Minas Gerais, Marco Aurélio Zancanela, lembrou que em razão da proximidade com o Rio, a tendência era que Juiz de Fora recebesse remessas de drogas da facção criminosa Comando Vermelho, porém, desde 2020, integrantes do Primeiro Comando da Capital, de São Paulo, estão se aproximando da região. A oferta de drogas por um grupo criminoso concorrente acaba ensejando disputas de território com reflexos na vida da população. Ele trouxe dados de operações da PM em Juiz de Fora, que em 2022 realizou 5.382 prisões e, em 2023, fez crescer esse número em 35%, alcançando 7.296 prisões. Só de crimes violentos em 2023 foram feitas 241 prisões, além de 1.118 prisões por tráfico e 294 por porte ilegal de arma de fogo.


Mais informações: 3313-4734 - Assessoria de Imprensa

 

 

 


©2025. Todos os direitos reservados. Política de Privacidade