A troca de ideias entre pessoas idosas e jovens foi uma das propostas da Roda de Conversa nesta sexta-feira, 6, no Salão Nobre Raymundo Nonato, na Câmara Municipal de Juiz de Fora (CMJF). O encontro foi realizado em parceria com a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, com a participação dos servidores Flávia Flávio e Sérgio Dutra, respectivamente, coordenadores da Câmara Sênior e do Parlamento Jovem. Durante a exposição, foram debatidos políticas públicas e o envelhecer na cidade. Durante o encontro, o presidente da Casa, Zé Márcio-Garotinho (PV), lembrou ainda a campanha de vacinação no térreo do Palácio Barbosa Lima, sede da Casa, no Parque Halfeld. 

A afetividade e as relações com o outro para o envelhecimento saudável permeiam a reflexão sobre a morte, a vida e o envelhecer. De acordo com Sérgio, para viver e envelhecer na cidade é importante ter como norte os princípios de liberdade, igualdade, dignidade e fraternidade para o exercício da cidadania e garantia dos direitos sociais e materiais. As diferenças de gênero e étnicas, ainda de acordo com ele, devem ser consideradas também nas pessoas idosas para as diretrizes das políticas públicas capazes de viabilizar formas de participação, "e o Câmara Senior é um instrumento para isso". ele reforça ainda a necessidade de convívio da pessoa idosa, para encontrar formas de estreitar as relações entre as gerações. "E isso é um desafio porque os jovens pensam no agora e atendem às necessidades imediatas". 

O processo de envelhecimento deve estar atrelado à boa qualidade de vida. Com essa máxima, Flávia apresentou que esse olhar é um avaliador das políticas públicas existentes. "O cuidado da saúde; a proteção contra violência, o direito de ir e vir, uma alimentação adequada, a posse de documentos e educação, o direito de se expressar e processar fé, a participação nas decisões da cidade estão englobadas no conceito de cidadania". A assistente social enfatizou ainda que as diretrizes elaboradas para enfrentar problemas sociais precisam ser constantemente reavaliadas para serem adequadas às especificidades, como no caso das políticas para pessoas idosas. Ela exemplificou citando leis posteriores ao Estatuto da Pessoa Idosa, que completa 20 anos, que trazem alterações capazes de serem compatíveis com as necessidades específicas, com uma política nacional de saúde própria para pessoas acima de 60 anos. 

Durante o encontro, pessoas idosas deram ênfase ainda a problemas comuns em filas para pessoas idosas que não consideram especificidades de idosos com deficiência, as condições recentes de pessoas idosas em situação de rua, e o aumento do uso de drogas também nessa fase da vida. "Em Juiz de Fora, especificamente, nós temos uma Política Municipal do Idoso sendo discutida desde 2017 e, infelizmente, ela não saiu do papel, ainda não virou lei. Ela não foi colocada em prática ainda. Então nós temos que começar a cobrar, começar a participar dos espaços públicos, espaços de participação, para que as coisas sejam realmente colocadas em prática".

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