As fakes news e o combate à desinformação foram algumas das pautas abordadas durante mais uma edição do Encontros Elejuf - Série Gestão Pública. O evento é uma  iniciativa da Escola do Legislativo Professor William Coury Jabour, da Câmara Municipal de Juiz de Fora (CMJF), e tem como objetivo capacitar servidores. A reunião, que foi realizada de forma on-line, aconteceu na manhã da última quinta-feira, 28, e tratou do tema “Política, comunicação e ética”. O professor doutor e pesquisador da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Paulo Roberto Figueira Leal e a jornalista e servidora da CMJF Marise Baesso conduziram o bate-papo. 

Sobre fake news, Paulo Roberto lembrou que é apenas “um novo nome para uma prática velha”. “Esse procedimento está longe de ser novo, mas ganha uma nova roupagem em função do ambiente digital. Diferente das mídias tradicionais, a internet promove um grau de horizontalidade de interação, com mais gente recebendo informação e repassando. O ambiente permite a possibilidade de produzir em escala industrial informações e materiais para constranger o adversário. É um ambiente fértil com bilhões de pessoas conectadas em ambientes com acessos digitais assimétricos e desiguais”, completou.

Outro tópico abordado pelo pesquisador foi a manipulação de informações. “Quando eu circulo em um ambiente que utiliza sempre as mesmas fontes as chances de eu acreditar só nelas é maior do que em um ambiente plural. Esse espaço é fertil para a circulação industrial de fake news e de manipulação de quadro eleitoral”, disse. Paulo Roberto também destacou o papel da liberdade de expressão, sempre tão defendida nestas situações. “Ampla liberdade de expressão não pode ser confundida com o direito de as pessoas cometerem crimes. Existe uma fronteira difícil de encontrar, ela depende de várias questões que estão em jogo. A democracia precisa que as pessoas possam se expressar, mas eu devo tolerar quem se beneficia desse regime de tolerância para pregar a intolerância?”, indagou. 

Fake news

Ainda dentro do tema “fake news”, Paulo Roberto destacou ser fundamental “um debate amplo de como as pessoas podem desconfiar das informações. Os debates das fakes news saírem da academia, do ambiente da política e entrarem de fato na sociedade”. 

É com a participação popular que a Câmara Municipal iniciou um projeto de checagem de informação, o Câmara Responde: Fato ou Fake. A jornalista e servidora da Casa Marise Baesso apresentou a ação destacando ser uma necessidade de manter a população informada da verdade, mesmo com as dificuldades em combater a desinformação. “A Câmara é vítima muitas vezes de mentiras e fakes news e, também por isso, viu a necessidade de criar esse projeto. A sociedade está cada vez mais midiatizada e a Casa Legislativa entendeu que há uma necessidade de estar presente. A gente não pode ver política só em ano eleitoral”, afirmou, citando, ainda, as fake news envolvendo a Câmara Municipal e o fechamento das janelas laterais do Palácio Barbosa Lima.

Câmara responde: fato ou fake

O Câmara Responde: Fato ou Fake é um serviço de checagem de informação desenvolvido pela Câmara Municipal de Juiz de Fora. A proposta da Mesa Diretora (biênio 2021-2022) e dos vereadores está alinhada ao Plano Estratégico desenvolvido pela Casa e visa garantir o exercício da democracia e os valores imprescindíveis à política por meio da ética, transparência, acessibilidade e foco nos cidadãos e cidadãs. O serviço tem caráter permanente e colocará os servidores do setor de Comunicação empenhados em divulgar informações verídicas e checadas sobre o que é dito no cotidiano político de Juiz de Fora.

O objetivo está na garantia da democracia sempre aliada à liberdade e ao compromisso de possibilitar ao público que sejam sanadas dúvidas sobre o que é afirmado com relação à Câmara e ao cotidiano político de nossa cidade.

Saiba como participar clicando aqui. 

Mais informações: 3313-4734 - Assessoria de Imprensa