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Desperdício de alimentos preocupa vereador O vereador Eduardo Novy (PTB) pretende convocar uma audiência pública para discutir uma solução para o problema do desperdício de alimentos em Juiz de Fora. A questão tem preocupado o petebista, que é o autor da Lei que prevê a doação dos produtos apreendidos pelo Executivo a entidades filantrópicas. “É um absurdo abrirmos os jornais e nos depararmos com a notícia de que toneladas de alimentos foram jogadas no lixo, enquanto milhares de pessoas estão passando fome em nossa cidade. Precisamos contribuir para que se modifique essa mentalidade, criando uma consciência sobre os problemas sociais de nossa sociedade”, afirmou o vereador.
Segundo dados da Secretaria de Agropecuária e Abastecimento, de setembro do ano passado até hoje, já foram apreendidas mais de vinte toneladas de produtos na cidade. Para o legislador, muitas famílias poderiam ter sido alimentadas se os produtos não tivessem ido parar no lixo. “Com a fome assombrando a mesa do brasileiro, não podemos permitir que tantos alimentos sejam jogados fora”, afirmou.
De acordo com o dispositivo, os alimentos recolhidos pela fiscalização, poderão ser doados a entidades assistenciais ou filantrópicas, que forem consideradas de utilidade pública. A entrega dos gêneros alimentícios, só será efetivada depois de inspeção por órgãos competentes da Prefeitura, dentro das normas da atual legislação federal em vigor. A inutilização desses alimentos somente ocorrerá nos casos em que eles forem declarados impróprios para o consumo por técnicos responsáveis. Para usufruírem o benefício do recebimento dos alimentos, as instituições interessadas deverão estar cadastradas no setor competente da Prefeitura.
Um problema enfrentado pela administração pública é a falta de recursos para a realização de exames laboratoriais sobre a validade dos produtos. Para o diretor de Informação e Promoção Rural, Inácio Castanon, doar os alimentos é uma preocupação do prefeito Alberto Bejani (PTB), mas tem se tornado impossível por causa dos autos custos das análises. Em Juiz de Fora a Secretaria realizam mais de 300 análises por dia, num custo de R$ 95,00 cada. “O preço ainda está bem inferior ao praticado pelos laboratórios convencionais, que chegam a cobrar quase o dobro do valor dos exames realizados pela UFJF, que tem firmado um convênio com a Prefeitura”.
Eduardo Novy quer uma solução para o problema. Ele acredita que exista somente um caminho a percorrer, o da discussão ampla e aberta com os segmentos da sociedade, com representantes da universidade e com os técnicos do Executivo. “Estaremos assim buscando a melhor maneira de fazer valer a minha proposta, que já é lei no município. Não podemos deixar que seja apenas um pedaço de papel guardado numa gaveta da administração pública”, afirmou.
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