Publicada em: 22/09/2021 - 250 visualizações
Participaram da homenagem professores e representantes do Sinpro-JF; vereadores destacaram a importância de Paulo Freire; as homenagens também se estenderam ao centenário de Dom Frei Paulo Evaristo Arns
A professora e representante do Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro-JF), Maria Leopoldina Pereira (Dina), participou nesta terça-feira, 21, da Tribuna Livre Natanael Elói do Amaral para homenagear o intelectual e professor Paulo Freire durante as celebrações do centenário de seu nascimento. Dina dividiu a Tribuna com os também professores Geraldo Pereira da Silva e Alexandre Cadilhe. A professora relatou a própria experiência com a obra de Paulo Freire para a formação na carreira do magistério e lembrou a vinda do pensador a Juiz de Fora para receber o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora.
“O professor que aprende e que ensina”. Para Dina, esse é um dos pontos centrais das obras de Paulo Freire para a excelência de uma educação com pensamento crítico “por meio de debates para a transformação da realidade”, apontou. A professora também fez menção à importância de Dom Frei Paulo Evaristo Arns, que também completaria 100 anos em setembro. “Ambos lutaram pelos direitos humanos, os direitos das classes trabalhadoras e os direitos dos oprimidos. E participaram ativamente no movimento ‘Tortura Nunca Mais’”. Geraldo Pereira da Silva reforçou o papel de Paulo Freire para uma educação popular e libertadora. Ele apresentou as dificuldades do país em compreender efetivamente a educação como prioridade. Geraldo lembrou ainda a necessidade de uma discussão séria e fundamental para a educação brasileira pós-pandemia, principalmente para os alunos com mais dificuldade social. “Ninguém discutiu um fundo público para a educação. É necessário, antes de tudo, fazer uma reflexão e pensar numa educação popular que atenda as periferias e as populações mais vulneráveis”.
Alexandre Cadilhe apontou ainda o espanto de que haja questionamento se Paulo Freire é relevante e necessário, e aludiu a uma democratização ainda marcada por desigualdades sociais e democracia precária. “Ao contrário do que se debate no senso comum, de que a educação estaria imersa nas propostas e ideias de Paulo Freire, infelizmente não. Eu acredito que se efetivamente estivéssemos vivendo as ideias de Paulo Freire teríamos uma outra educação e, muito provavelmente, um outro país atualmente. E não foi isso que aconteceu”.
Os vereadores Cida Oliveira (PT), Laiz Perrut (PT), Tallia Sobral (PT), Dr. Antônio Aguiar (DEM), Juraci Scheffer (PT) e Zé Márcio Garotinho (PV) também se manifestaram sobre a influência de Paulo Freire para o pensamento crítico no Brasil. Cida lembrou que ele foi preso e exilado durante a Ditadura Militar “porque ousou alfabetizar trabalhadores para que pudessem, inclusive, saber seus direitos. E nessa época apenas alfabetizados votavam. A possibilidade que houvesse uma ampla alfabetização dos trabalhadores causava desespero à elite política dominante da época”. Na mesma linha, Garotinho chamou atenção para dados impressionantes dos métodos de Paulo Freire para a alfabetização de adultos. “Em 1963 muitos trabalhadores rurais foram alfabetizados. E dali, o Brasil reduziu o analfabetismo de 40% para 6%. E o adulto que até então passava 2 anos e meio na escola passou a ficar 11 anos na escola. Um homem que faz isso e que tem esse princípio - e a cultura de Paulo Freire sempre foi a do diálogo - não pode ser esquecido e tem que ser celebrado todos os dias. Além disso, é o terceiro autor mais citado na bibliografia mundial”.
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