Publicada em: 24/04/2021 - 202 visualizações
A data comemorativa é uma oportunidade para dar visibilidade à causa da acessibilidade, conceito amplo e que abrange tanto mobilidade quanto comunicação; Câmara adotou em fevereiro de 2021 o início da interpretação em Libras durante reuniões públicas
Neste sábado, 24 de abril, comemora-se o Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a Câmara Municipal de Juiz de Fora (CMJF) organizou uma comemoração, com uma roda de conversa, na qual foram debatidas a importância da acessibilidade e os desafios da comunidade surda em Juiz de Fora. O programa foi transmitido pela JFTV Câmara, canal 35.1, e pelo Canal no Youtube. Estiveram presentes o presidente da CMJF, Juraci Scheffer (PT), os vereadores membros da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Maurício Delgado (DEM, presidente), André Luiz (REPUBLICANOS), Julinho Rossignoli (PATRIOTA), Tiago Bonecão (CIDADANI) e Vagner de Oliveira (PSB).
Juraci Scheffer abriu o encontro, destacando a relevância da data, instituída em 2012. “A criação do Dia Nacional da Libras foi muito benéfica para a comunidade surda. Depois desta data, houve a instalação de políticas públicas notórias como a criação do curso de graduação em Libras em universidades. O dia ainda promove a divulgação da Libras como uma língua importante para que mais pessoas, ouvintes ou surdos, possam aprendê-la”, apontou o presidente, salientando ainda a importância da conquista histórica recente da própria: a adoção da interpretação em Libras durante as Reuniões Ordinárias, Audiências Públicas e outros encontros.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que no Brasil, em 2010, cerca de 9,7 milhões de brasileiros apresentavam algum grau de deficiência auditiva. Em sua fala sobre acessibilidade na comunicação, Valéria Andrade lembrou uma frase emblemática para as minorias: “Nada sobre nós sem nós”, para marcar o quanto é significativa a participação das pessoas com deficiência na vida pública, além do acesso à educação formal e bilíngue, tendo a Libras como língua principal.
A educadora Ilza Netto parabenizou a Câmara por ter implementado a tradução simultânea. “A gente sabe que para falar de educação e acessibilidade, temos que entender que esse sujeito está inserido em duas culturas”, explicando que existe a cultura da língua portuguesa e a cultura da comunidade de pessoas com surdez, e nesse sentido é fundamental a educação bilíngue. “Eu tenho um sonho que é trazer a nossa sociedade juiz-forana como uma sociedade modelo em acessibilidade para todo o país”, torcendo para que a Libras seja inserida no currículo escolar. Ilza destacou também que “quando a gente está sensível a uma temática de inclusão a gente pensa não só num grupo, mas na inclusão de todos”. A educadora contou que esse trabalho é como construir pontes, “atravessar por essa ponte e fazer a comunicação: ter voz”.
A diretora da Associação dos Surdos de Juiz de Fora (ASJF), Tamíris Moreira Leite, participou do evento expondo suas ideias em Libras, com tradução simultânea em língua portuguesa por uma das colaboradoras. “Nós, surdos, nunca desistimos, continuamos lutando para que tenhamos nossos direitos, que sejamos comparados com os ouvintes como iguais. A Libras é uma língua" destacando que a Lei 10.436 é um marco, uma conquista, “não são gestos, é uma língua nacional da comunidade surda”, finalizou.
José Arthur Castro, formado em Letras com especialização em Libras, também expressou suas expectativas. “O que a gente quer falar é que Libras é uma língua, precisamos ter foco nessa palavra”, destacando que “são línguas com o mesmo status, temos uma cultura também natural”. O professor explicou que, dentro da Libras há uma semântica pautada no contexto visual.
Câmara adota interpretação de Libras em transmissões pela JFTV Câmara
Neste ano de 2021, a partir já do 2º Período Legislativo, em fevereiro, a Câmara foi pioneira e passou a contar com tradução simultânea em Libras durante os debates feitos pelos vereadores nas Reuniões Ordinárias, garantindo acesso e cidadania às pessoas com deficiências auditivas.
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