Publicada em: 10/07/2020 - 122 visualizações
Vereadores e profissionais debatem ações em Juiz de Fora. Médicos apontam que ansiedade da agenda econômica levou a uma quarentena mal feita. Ações devem ser orientadas pelo conhecimento científico e não por polarização política
Os médicos infectologistas do grupo de tratamento e de estudos clínicos da COVID-19 na Maternidade Therezinha de Jesus e da Santa Casa/ Hospital Unimed, respectivamente, Marcos Moura e Guilherme Cortez, participaram da Reunião Ordinária nesta quinta-feira, 9. Com a presença dos vereadores em transmissão remota, os especialistas destacaram algumas perspectivas para as decisões e responsabilidades do poder público e da população para o enfrentamento da pandemia. Os vereadores Sargento Mello Casal (PTB), Dr. Antônio Aguiar (DEM), Ana do Pde. Frederico (PATRIOTA), Juraci Scheffer (PT), André Mariano (PSL), Nilton Militão (PSD), Kennedy Ribeiro (PV), Wagner do Sindicato (CIDADANIA) e Vagner de Oliveira (PSB) participaram das discussões levantando os problemas e as dificuldades em lidar com os anseios da população, os desafios para discutir sem polarizações políticas e as questões práticas para o isolamento social, inclusive sobre isolamento dos profissionais da linha de frente. Um novo encontro será marcado ainda no mês de julho para mais discussões.
Ambos os profissionais destacaram como a gestão brasileira não soube compreender a importância da ciência. Guilherme Cortez apresentou as ações e resultados de outros países, como Alemanha, Nova Zelândia e Portugal, para exemplificar como o respeito à técnica e aos conhecimentos já consolidados sobre controle de pandemias levaram a bons resultados. Guilherme destacou o dilema que levou o país ao que ele chamou de “banho maria”, à perda de tempo de debater prioridades entre saúde e economia e se perdeu na agenda conceitual em vez de seguir a cartilha. ”Ficaram escutando pressão política de eleitores e foram cedendo, [...] planejando abertura sem protocolo de lockdown”, enfatizou. Guilherme pediu ajuda aos vereadores para a orientação e a mobilização social. “Se tivéssemos seguido uma ação de gestão para segurar a população em casa teríamos controlado a pandemia”. Para ele, foi a ansiedade da agenda econômica que destruiu a economia. “A quarentena mal feita só serviu para quebradeira e não resolveu em nada, só retardou a ocorrência dos casos. Estamos agora onde estaríamos em abril. Se tivéssemos feito o dever de casa teríamos quebrado essa curva. [...] A agenda econômica é a mesma da saúde. A distonia levou a incongruência de discursos e não conseguimos o que era fundamental: a orientação em uma única direção”, finaliza.
Marcos Moura lembrou que a doença é ainda incompreensível em todo o mundo e acompanha o fator econômico. Para exemplificar as dificuldades de respostas rápidas na ciência, ele comparou com as pesquisa sobre a Aids: “Já são 35 anos e somente há cinco anos temos medicamentos de excelência. Não há soluções fáceis e respostas rápidas. Quem estuda tem dúvida e quem não estuda tem certeza”, pontua. O infectologista defendeu a manutenção do isolamento e vaticinou que “em uma situação de abertura que passe por cima de etapas sem o cuidado adequado, na prática, quem está mais na periferia é quem vai sofrer os erros, ou melhor, os maus acertos”. Marcos pediu reforço nas medidas de conscientização e a necessidade de resultados orientados por ciência e não por política.
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