No Palácio Barbosa Lima, a Câmara Municipal de Juiz de Fora (CMJF) recebeu as pessoas idosas participantes do Câmara Sênior para palestras e intervenções artísticas e culturais sobre o processo de envelhecimento, além de alertas sobre golpes financeiros. Enquanto isso, lá fora, tendas e barracas distribuíram materiais educativos, pipoca e algodão doce. O evento foi organizado para marcar o Dia de Combate à Violência Contra a Pessoa Idosa e contou com a presença da sociedade civil como público participante e interessado no tema. 

O presidente da Câmara, vereador Zé Márcio-Garotinho (PDT), abriu o evento e destacou os trabalhos que o Legislativo vem conduzindo para preservar a memória da cidade, valorizando a experiência de quem veio antes. “Nós só vamos conseguir construir uma cidade melhor se a gente tiver um olhar para o passado, se a gente ouvir as pessoas experientes, que viveram bastante e sabem nos ensinar como caminhar”. Na mesma toada o presidente do Câmara Sênior, Maurício Nunes, lembrou a responsabilidade de trazer as discussões sobre os problemas que os idosos enfrentam. “É uma covardia o que fazem com os idosos através desses empréstimos consignados”, desabafou.

Na programação do evento, o Serviço de Defesa do Consumidor da Câmara (Sedecon) ofereceu uma palestra sobre violência financeira e golpes, com a supervisora de atendimento do órgão, Fernanda Campos, que trouxe dicas práticas sobre como proceder em caso de desconfiança. “O banco liga pra alguém? O INSS liga pedindo prova de vida? Não liga. Se alguém ligar falando disso, é golpe!”, alertando também que, para evitar maiores transtornos, uma boa prática é bloquear no próprio INSS a possibilidade de contrair empréstimos consignados e descontos de associações de aposentados. 

Durante a manhã os idosos tiveram um momento de descontração com a apresentação teatral do personagem Zé Mineiro sobre “Um Dedinho de Prosa – Processo do Envelhecimento e seus Matizes”, realizada pelo presidente do Conselho Municipal do Idoso, Marcus Vinícius Amaral Pedroso. Com boas analogias, Marcus comparou o preparo necessário para o envelhecimento com o preparo que se impõe a quem vai atravessar o deserto. “O deserto é a velhice, a gente vai pra lá e não pode voltar mais, quando você chega lá não tem gente, não tem com quem conversar, faz calor, tem dificuldade. Você anda normal no deserto? Tem comida à vontade no deserto? E o segredo é: se eu sei que aos 70 anos eu vou chegar lá no deserto, então já vou começar a me preparar, né?”, brincou Marcus, divertindo a plateia. 

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