O Câmara Sênior Anna Ede da Câmara Municipal de Juiz de Fora (CMJF) se reuniu na tarde desta segunda-feira, 21, para debater o crescimento da população idosa em situação de rua. O encontro teve o objetivo de trazer informações para os membros do projeto começarem a pensar juntos sobre soluções e políticas públicas para essa parcela da população.

A coordenadora do projeto, Flávia Duarte, fez uma exposição de dados estatísticos e informações a respeito do assunto. Nos últimos dez anos, o número de pessoas em situação de rua aumentou de 22 mil para 261 mil em todo o Brasil – e 10% delas são pessoas idosas. Os principais fatores contribuem para que este número continue em crescimento: a crise econômica e os baixos valores de aposentadorias com grandes endividamentos, casos de violência dentro de casa, o grande número de casos de dependência de álcool e drogas, além da falta de uma rede de proteção familiar.

Glauce de Carvalho Villar, do Centro de Convivência da Pessoa Idosa, disse que o assunto é de grande importância e que, para ser discutido, as pessoas precisam se despir de preconceitos e crenças limitantes. A pessoa idosa em situação de rua está mais exposta a sofrer ações violentas, à fome, ao frio e à invisibilidade perante a sociedade. Flávia Duarte acrescentou que envelhecer na rua pode ser triplamente excludente, porque acontece o rompimento dos vínculos familiares, sociais e de emprego, e com esses vínculos já rompidos, muitas vezes as pessoas idosas não querem voltar para casa.

Alguns relatos de pessoas idosas em situação de rua foram lidos na reunião. Muitos demonstram grande sentimento de falta de perspectiva no futuro. As mulheres são as que ficam mais vulneráveis a roubos e agressões, além dos danos à saúde mental.

A próxima reunião do Câmara Sênior contará com uma palestra de uma pessoa do serviço de abordagem da Amac, que falará sobre as pessoas idosas em situação de rua com dados exclusivos de Juiz de Fora para subsidiar o debate e auxiliar na gênese de ideias e soluções por meio de políticas públicas para esta população, tantas vezes invisibilizada pela sociedade.

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