O Câmara Sênior Ana Edde da Câmara Municipal de Juiz de Fora (CMJF) promoveu mais um encontro entre membros, participantes e a ouvidora de Saúde de Juiz de Fora, Samantha Borchear. O encontro foi mediado pela coordenadora do Câmara Sênior, Flávia Duarte. A conversa abordou especialmente a uniformização das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e a informatização, temas propostos pelas discussões do grupo. Mesmo com as demandas e necessidade de melhorias, Samantha é lacônica na defesa do Sistema Único de Saúde (SUS): “Ruim com ele, pior sem ele. Eu sou defensora do SUS e dedico minha vida a isso”. 

Com o aumento da demanda com o maior adoecimento da população e a falta de profissionais, Juiz de Fora tem hoje, de acordo com Samantha, “um gargalo de 70 mil consultas, principalmente em ortopedia, oftalmologia e cirurgia geral”. Ela anunciou ainda que só em janeiro, dados já catalogados, houve 1.327 pedidos de atendimentos na ouvidoria. 

A informatização do sistema do SUS também foi um dos questionamentos à ouvidoria. Samantha explicou sobre o site “Busca Saúde”, voltado à transparência dos atendimentos e classificações, com garantia da proteção da privacidade e segurança dos dados. “Mas ele é falho porque não está atualizado em tempo real. E já questionamos pelo aprimoramento. O que sabemos é que falta servidor vocacionado a esse trabalho”. Ela esclareceu ainda que os números de espera podem estar superestimados porque muitos já tiveram suas demandas atendidas e não deram baixa. Além de mecanismo de pesquisa, é necessário haver inserção e protocolo. “Ainda somos muito precários em relação a tecnologia”. 

Questionada sobre a uniformização de atendimentos conforme previsto no Plano Diretor da Saúde, Samantha exemplificou com inúmeros casos concretos de atendimentos sem respeito aos padrões de classificação, de horários, e de vínculos entre médicos e pacientes. Neste caso, ela fala sobre mudanças dos profissionais por ruas. “Pacientes que já estão com médicos já há algum tempo estão tendo mudanças de profissionais por terem feito uma distribuição por nome das ruas em que os pacientes moram”. 

Durante o bate-papo, a ouvidora reforçou ainda a possibilidade de participação nas reuniões do conselho, mesmo para não membros. “E a comunidade pode e deve avaliar os profissionais”. Ela apontou a recente organização para o controle das farmácias, que além de otimizar as entregas possibilitou melhorias na gestão dos prazos de validade dos medicamentos. 

Audiência Pública

Uma das propostas que serão apresentadas pelo Câmara Senior à Mesa Diretora será a realização de uma Audiência Pública para discutir o gargalo da saúde no município.  Para Samantha, as Audiências Públicas são importantes mecanismos de publicidade das demandas de escuta da população. “Surgem da participação popular boas ideias. Os apontamentos e questionamentos do Câmara Sênior convergem com as demandas que temos registrado na Ouvidoria, principalmente em relação à saúde dos idosos”. 

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