Submeto à elevada apreciação desta Egrégia Câmara Municipal de Juiz de Fora a presente proposição que dispõe sobre a denominação do Centro de Referência "Casa da Mulher".

Maria da Conceição Lammoglia Jabour, filha de Nicoleta Ferreira Lammoglia e de Nicolau Lammoglia, nasceu aos 19 de dezembro de 1934, na localidade de Piacatuba, Distrito de Leopoldina, neste Estado, onde sua família materna havia se estabelecido desde o princípio do século XIX. Seu pai veio de Maratea, Província de Potenza, Itália, no ano de 1925, juntando-se a outros familiares já radicados em Leopoldina.

No ano seguinte ao seu nascimento, seus pais mudaram-se para São João Nepomuceno, dedicando-se ao comércio, proprietários que eram da Padaria Nova. Naquela cidade fez seus primeiros estudos, no tradicional Grupo Escolar José Braz.

1948, seus pais, Nicoleta e Nicolau, transferiram-se para Juiz de Fora juntamente com seus filhos, Maria e Dauto, Aqui, Maria concluiu o primeiro grau, no Colégio Stella Matutina. Em seguida, no mesmo educandário, diplomou-se professora, na turma de 1952.

No dia 28 de julho de 1956 casou-se com Wilson Coury Jabour, filho de Angelina e Filippe Coury Jabour, já então Vereador da Câmara Municipal de Juiz de Fora, cumprindo seu primeiro mandato. Deste casamanto nasceram seus cinco filhos: Angelina Maria, Sandra Maria, Wilson Jr., Ana Maria e Alexandre José.

Maria sempre esteve presente junto ao marido na sua profícua vida política, assessorando-o na Câmara Municipal no período de 1983 a 1988, sem qualquer vínculo empregatício. Também naquele período participou ativamente dos Grupos Solidariedade Pró-Creche e Pró-Habitação, então criados pelo Prefeito Tarcísio Delgado.

Em 1977 aderiu à "Renovação Cristã do Brasil", antiga "Ação Católica", onde esteve presente e atuante até os últimos dias de vida, participando sempre de pelo menos duas equipes de reuniões.

Foi sócia fundadora e relações públicas da :` Associação Ecumênica de Apoio Jurídico ao Encarcerado - AEAJE", entidade que buscava assegurar direitos concernentes à saúde, ao trabalho, à prática religiosa, à assistência social, ao amparo à família e a reintegração do encarcerado.

Exerceu a presidência da "Fundação Solidariedade Pró-Habitação", envolvendo dezenas de voluntários, em atividades desde 1997, construindo casas para a população de baixa renda do Município. Foi membro da "Equipe Santa Catarina de Sena" da "Fraternidade Dominicana". Participou de grupos de estudos de Filosofia, dirigido pelo Prof. Juarez Sofiste, e Literatura. Participou, ainda, do "Centro de Estudos Bíblicos", dirigido pelo Prof. Tiago Adão Lara.

Maria faleceu em 11 de agosto de 2019, aos 84 anos de idade, deixando um legado de amor ao próximo e de proteção aos que necessitavam, acolhendo-os dentro de uma perspectiva de dignidade da pessoa humana, para assegurar-lhes direitos básicos como à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à moradia, ao trabalho, ao respeito, à convivência familiar e à segurança.

Como é cediço, a Casa da Mulher oferece serviços e proteção às mulheres, onde mulheres psicologicamente fragilizadas encontram amparo e acesso aos seus direitos, com qualidade no atendimento, como um mecanismo criado para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8° do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil, estabelecendo certas medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

Diante das razões acima expostas, espero contar com o apoio do Sr. Presidente e dos Ilustres Edis que compõem esta Casa na aprovação desta proposição.

 Palácio Barbosa Lima, 10 de Janeiro de 2020.